Sabinópolis – Sobrado do Barroso


Imagem: Josué Marinho

O Sobrado do Barroso foi tombado pela Prefeitura Municipal de Sabinópolis-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Sabinópolis-MG
Nome atribuído: Sobrado do Barroso
Localização: Praça Monsenhor José Amantino dos Santos, n° 28 – Centro – Sabinópolis-MG

Sabino Barroso: Sabino Alves Barroso Júnior nasceu em Serro Frio (MG) no dia 27 de abril de 1859. Iniciou os estudos em sua cidade natal, frequentando posteriormente os seminários de Diamantina e de Caraça, também em Minas. Em 1884 formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, onde tomou contato com um ambiente intelectual impregnado de ideias liberais, abolicionistas e republicanas. Apesar disso, filiou-se ao Partido Conservador.

De volta a Minas, e sempre mantendo domicílio em Serro Frio, elegeu-se deputado à Assembleia provincial. Em seu primeiro mandato (1886-1887), quando tinha apenas 27 anos, tornou-se líder da maioria e presidente da Assembleia. Já em sua segunda legislatura (1888-1889), tornou-se líder da minoria conservadora, destacando-se pela defesa da proposta de anexação do sul da Bahia a Minas Gerais, e pela defesa de um complexo ferroviário que ligasse o norte ao nordeste de Minas, tendo Serro Frio como ponto convergente da malha ferroviária. Já na República fundou o jornal O Serro em 1890 e filiou-se ao Partido Republicano Mineiro (PRM), pelo qual se elegeu à Assembleia Estadual Constituinte. Secretário da Assembleia, colaborou na elaboração da Constituição e na formulação de leis orgânicas do estado. Em 1892 foi fundador da Faculdade de Direito de Minas Gerais, colaborando também na criação de sua revista em 1894. De 1895 a 1897 exerceu mais uma vez o mandato de deputado estadual.

Em 1897 foi eleito pela primeira vez deputado federal. Em 1900 foi reeleito, mas renunciou ao mandato para participar do governo de Campos Sales (1898-1902) como ministro da Justiça e Negócios Interiores. A partir de 2 de setembro de 1902 acumulou a pasta da Fazenda, em substituição ao ministro Joaquim Murtinho. Com a posse, em 15 de novembro, de Rodrigues Alves (1902-1906), foi substituído no Ministério da Fazenda por Leopoldo Bulhões e voltou à atividade parlamentar. Foi mais uma vez eleito deputado federal em 1903 e reeleito para diversas legislaturas, sempre na legenda do PRM, com mandato até 1914. Entre os anos de 1909 e 1914 foi presidente da Câmara dos Deputados.

Com o início do governo Venceslau Brás (1914-1918), foi novamente chamado a ocupar a pasta da Fazenda, sucedendo a Rivadávia Correia. Tratava-se de uma conjuntura turbulenta, pois se iniciava a Primeira Guerra Mundial, e a situação econômico-financeira do país era difícil. Como forma de atender aos déficits ouro e papel herdados dos anos anteriores, decidiu emitir letras do Tesouro até o valor de 50 mil contos, ouro, e 100 mil contos, papel, com juros de 5% ouro e 6% papel, que ficaram conhecidas com o nome de sabinas, em alusão ao seu nome. Essas letras ou títulos da dívida pública se apresentaram como uma forma de controlar o meio circulante e de financiar investimentos, particularmente em obras públicas, além de financiar o déficit do orçamento público, antecipando receita. No orçamento de 1915, Sabino Barroso empenhou-se para que fosse dada maior amplitude aos impostos sobre dividendos, assim como ao imposto sobre subsídios e vencimentos, que incidia nas quantias mensais recebidas por todos os cidadãos, civis e militares, aí incluídos o presidente da República, senadores, deputados e ministros de Estado, a que foi destinada a alíquota de 20%. Em 5 de maio de 1915, voltou a emitir 50 mil contos de letras do Tesouro, papel, nas mesmas condições do ano anterior.

Alegando problemas de saúde, Sabino Barroso deixou o ministério em 31 de maio de 1915, sendo substituído por João Pandiá Calógeras, ministro da Agricultura, que assumiu o cargo interinamente e, depois, efetivamente. Em seguida, retornou às atividades parlamentares, ocupando uma cadeira na Câmara em 1917 e voltando a presidi-la entre 1917 e 1919. Morreu em Belo Horizonte no dia 15 de junho de 1919.
Texto: Demian de Melo / Fontes: BULHÕES, A. Ministros; CÂM. DEP. Deputados brasileiros; FURTADO, C. Formação; MIN. FAZENDA. Ministros ; MIN. FAZENDA. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/>; PRADO JR., C. História.
Fonte: Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC).

Histórico do município: Em 1805, Joaquim José de Gouveia e sua mulher, Francisca Vitória de Almeida e Castro, doaram um terreno para quem quisesse construir sua casa, em pitoresco recanto situado num vale. Aí surgiu o arraial de São Sebastião das Correntes, hoje cidade de Sabinópolis. Na área doada, foi construída, em 1808, a igreja de São Sebastião, padroeira da localidade.
Em volta do templo foram surgindo as casas dos primeiros moradores: Joaquim Barroso Alves, Urbano Taveira de Queiroz, Joaquim da Silva Campos, Antônio Monteiro Júnior, Francisca Vitória, Joaquim Miguelino, Francisco Borges Monteiro e outros.
Em 1822, era investido nas funções de primeiro Capelão o Padre Bento de Araújo Abreu, irmão de Visconde de Itajubá que foi casado com a Princesa Walmira, sobrinha de Guilherme I, Imperador da Alemanha.
Progredindo o lugar, recebeu, em 1840, foros de distrito, emancipando-se em 1923, com a criação do Município de Sabinópolis. Recebeu esse nome em homenagem ao Douto Sabino Barroso, ilustre filho do lugar, que foi constituinte de 1891 e Presidente da Câmara dos Deputados.
Fonte: IBGE.

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