Sacramento – Estação Ferroviária de Jaguara


Imagem: Prefeitura Municipal

A Estação Ferroviária de Jaguara foi tombada pela Prefeitura Municipal de Sacramento-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Sacramento-MG
Nome atribuído: Estação Ferroviária de Jaguara
Localização: Entroncamento para saída da Linha do Catalão – Distrito de Jaguara – Sacramento-MG
Decreto de Tombamento: Lei nº 208, de 04/04/1989
Inventário Municipal – 2020

Descrição: No início do século XIX, antes mesmo da linha ferroviária existir, as mercadorias principalmente o café do município de Sacramento/MG, eram exportadas pelo Porto de Jaguara (Cipó) por meio do transporte fluvial.

Com a expansão da Cia Mogyana foi efetivada a construção do Conjunto Ferroviário de Jaguara e a Ponte de Jaguara em Sacramento, ambas inauguradas em 05 de março de 1888. Na época da construção a Ponte da Jaguara constituiu a maior ponte ferro-carril em extensão do Brasil.

A primeira ferrovia do Brasil foi inaugurada em 30 de abril de 1854, construída por Irineu Evangelista de Souza – Visconde de Mauá – cobrindo um trecho de 15 km ligando Porto Mauá, na Baía de Guanabara no Estado do Rio de Janeiro.

O “prolongamento do ramal Ribeirão Preto (SP) – Araguari (MG), que seria concluído na década seguinte (1896) passando por Uberaba (1889) e Uberlândia (21 de dezembro de 1895) e finalmente, Araguari em 15 de novembro de 1896. Com três estações ferroviárias no início do século XX, Sacramento utilizaria a Estação do Cipó, inaugurada em 23 de abril de 1889 no mesmo ramal, interligando a povoação de Sacramento com os principais centros comerciais do país: Rio de Janeiro e São Paulo.” (CERCHI, 2000, pág.65)

A Estação de Jaguara está localizada na Estrada Vicinal da MG 428 sendo a primeira linha ferroviária do Estado de Minas Gerais. As terras para construção foram cedidas pelo então proprietário da fazenda Cafundó, Cel. Manoel Pereira, em 1915 foi feita uma ratificação desta cessão por seu filho Joaquim Pereira Goulart e sua esposa Augusta Teixeira Goulart.

A arquitetura do Conjunto Ferroviário da Jaguara seguiu o estilo inglês usado pela Cia Mogiana, com tijolos à vista, a área de embarque de passageiros possui estrutura de ferro sustentando o telhado, certamente de ferro inglês importado da Europa, cujo sistema construtivo era bastante utilizado em todo país.

A antiga Companhia Mogyana de estradas de Ferro passa se chamar “Mogyana de Estradas de Ferro e Navegação” e depois é incorporada pela “Cia Paulista de Estradas de Ferro” passando a se chamar “Fepasa Ferrovia Paulista S/A”, em 1971.

O declínio das empresas ferroviárias teve diversos fatores socioeconômicos, culturais e históricos para seu enfraquecimento, como o endividamento das gestões, a remoção dos ramais menos lucrativos, e o forte investimento em rodovias e transportes automobilísticos fizeram com que fossem desativadas diversas linhas férreas, incluindo a da Estação de Jaguara desativada desde 1976.

Em 1988 foi comemorado o centenário da construção da antiga ponte e da estação com a emissão de um selo comemorativo pelos Correios. No ano seguinte o Conjunto Ferroviário de Jaguara foi tombado pelo Patrimônio Municipal através da Lei nº209 de 04 de abril de 1989, atualmente a área da Jaguara é propriedade particular do Sr. Mário Eduardo Borges Barreto; e a construção carece de cuidados.

Referências:
Estações Ferroviárias do Brasil: Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1888-1971) FEPASA (1971-1976).  Disponível em: http://www.estacoesferroviarias.com.br/j/jaguara.htm, acessado em 30-06-2021.
LANNA, Ana Lucia Duarte. SciELO – Brasil – Trabalhadores das Ferrovias: A Companhia Paulista de Estrada de Ferro, São Paulo, 1870-1920. Varia hist. 32 (59), May-Aug, 2016 Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/kYNpr4Kt6mTwsbTBMyW3TcS/?lang=pt, acessado em 30-06-2021.
CERCHI, Carlos Alberto. Memória Fotográfica de Sacramento. 1900-2000. Uberlândia MG: Gráfica Brasil. 2004.
CERCHI, Carlos Alberto. Os Bondes de Sacramento. Uberaba – MG: Pinti-Editora Artes Gráficas, 1991. P.163.
Texto: Ana Maria Florentino Batista
Revisão: Eliana Garcia Vilas Boas e Dimas da Cruz Oliveira
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do Município: Desemboque foi o centro de onde partiram expedições várias a explora o sertão da Farinha Podre, atual Triangulo mineiro. Em uma dessas bandeiras, em 1808, partiu o vigário de Desemboque, Pe. Hermógenes Cassimiro de Araújo Branswick. Quando a expedição atingiu o rio Borá encontrou um bom número de garimpeiros e mineradores estabelecidos. Com o auxílio de todos, que se reuniram ao encontro da expedição, levantou Pe. Hermógenes um cruzeiro, ao pé do qual celebrou missa. Na sua volta, depois de explorar grande parte do Triângulo Mineiro, Pe. Hermógenes fez construir, no mesmo local onde se erguera o cruzeiro, um pequeno oratório dedicado ao Santíssimo Sacramento. Chegado ao Desmboque, requereu a Dom João licença para, naquele local, erguer uma capela. A provisão régia de 17 de dezembro de 1819 concedia licença para ereção da capela ‘com o orago do Santíssimo Sacramento, apresentado pelo patrocínio de Maria, à margem do rio Borá’. O bispo de Goiás, Dom Francisco Pereira de Azevedo, à vista da provisão real, concedeu, a 20 de abril de 1820, licença ao Pe. Hermógenes, para benzer a pedra fundamental, construir a capela, benzê-la, ao mesmo tempo em que determinava instruções a respeito do patrimônio da mesma. Este patrimônio foi logo constituído por doação de 214 alqueires de terras, avaliados, então, em 135 mil réis, pelo capitão Manoel Ferreira de Araújo e sua mulher, Joaquina Rosa de Santana. Conforme ata lavrada a 24 de agosto de 1820, o Pe. Hermógenes, acompanhado de seu codjutor, Pe. Silvério da Costa e Oliveira, que estava funcionando como capelão da de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, leu as provisões, e, com a provação de todos os moradores, foi assinalado, para construção da capela, ‘o mesmo lugar em que está fundado o oratório’. O oratório foi, desde logo, declarado Capela Curada.

Logo se formou o povoado que, por lei nº 804, de três de julho de 1857, foi elevado a categoria de freguesia. O primeiro vigário Pe. Antônio Lisboa Lima. (Anuário Eclesiástico de Uberaba).

Com a denominação de Santíssimo Sacramento, foi criada a vila e o município, desmembrado do de Araxá, pela lei nº 1.637, de 13 de setembro de 1870.

Com a mesma denominação de Santíssimo Sacramento, foi a vila elevada a categoria de cidade, pela lei nº 2.216, de três de junho de 1876.

Na divisão administrativa de 1911, a cidade figura com o nome de Sacramento. Fica na zona do alto Paranaíba. O município é constituído de dois distritos: Sacramento e Desemboque.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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1 comments

  1. Renato de Souza Pereira |

    Porque a estação da jaguara foi cercada por um fazendeiro? E ninguém mais pode entrar para visitar as ruínas ? Ninguém vai fazer nada a respeito?

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