Salinópolis – Farol de Salinas


Imagem: Google Street View

O Farol de Salinas, em Salinópolis, foi tombado pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará.

Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Farol de Salinas (Antigo Pharol do Apheu)
Localização: Salinópolis-PA – Salinópolis-PA
Data de Tombamento: 12/08/1994

Descrição: Na base de concreto do Farol de Salinópolis, por dentro da mureta que o protege, existe uma placa de identificação datada de 1937, ano de sua montagem naquele local; aparafusada sobre ela está a original de 1893 que veio no equipamento de sinalização marítima encomendado à fábrica F. Barbier et Cie., situada no número 82 da rue Curial em Paris:

O farol que desde 1937 está em Salinópolis compôs um pedido de 10 faróis feito em 1891 pela Marinha Brasileira ao engenheiro francês Fréderic Barbier; desses, de acordo com a Revista Marítima Brasileira, três foram especificados à construção com colunnas tubulares sobre esteios de rosca, systema Mitchell: Belmonte (BA), Rio Doce (ES) e Salinas (PA) – discriminado à Ponta do Atalaia onde já existia um farol sobre torre de alvenaria ameaçada de solapar pela invasão do mar.
O sistema construtivo denominado Mitchell fora inventado pelo engenheiro irlandês Alexander Mitchell para erigir arcabouços metálicos em terrenos instáveis; a firma F. Barbier et Cie. o utilizava quando demandada a desenvolver faróis completos, inclusive com habitação de faroleiros na própria estrutura:

Acima se vê dois faróis, anteriores à citada encomenda da Marinha em 1891, que já utilizavam o Sistema Mitchell; no período de confecção desses faróis pré-moldados ainda era sócio de Fréderic Barbier o senhor Stanislas Tranquille Fenestre, morto em 1887 – Fréderic e Stanislas desde 1860 mantinham uma parceria produtiva que gerou a Barbier et Fenestre em 1862.
Note-se na foto mais antiga, a do Farol de Aracaju, a existência de habitação aos faroleiros (o equipamento de São Tomé também possuiu a sua), à semelhança do que se via no de Salinópolis nos anos 1940 (pintura de E. Bastos cedida por Paulo Andrade) e 50 (fotografia que circula pela Internet):
Fonte: FAU-UFPA.

E o Farol de Salinas foi à Ilha de Apehu: Dissemos que o Farol de Salinas fora encomendado em 1891 para substituir um farol velho [localizado onde hoje está parte de sua muralha na praia do Farol Velho, na Ilha (ou Ponta) do Atalaia]; contudo, a torre de alvenaria desse farol velho, que ameaçava ruir pelo choque e varredura das marés altas em suas fundações, teve um reparo de baixo custo que deu solução aparentemente definitiva ao problema (o farol novo chegou em 1893 e só foi decidida sua montagem em 1901 noutro lugar); deste modo se vê a perda da serventia de um equipamento náutico que veio para ser instalado em Salinas em substituição ao velho (de 1852) que por oito anos de observação acurada diagnosticou-se firme.
O Diário Oficial da União, de 25AGO1909, revela o pagamento reclamado por Frederico Carlos Pusinelli, pela armazenagem de 412 volumes contendo as peças do pharol de Salinas, que estiveram no Trapiche S. João, naquele Estado (do Pará), desde janeiro de 1894 até setembro de 1901.
Estando a navegação em ritmo acelerado nesta parte do território brasileiro, armou-se, em setembro de 1902, o farol de fabricação francesa na Ilha de Apehu:
Fonte: FAU-UFPA.

Descrição: O “Farol Salinópolis”, localizado no município de Salinópolis (PA), foi inaugurado em 1852 e reconstruído em 1916. Operou na ponta do Atalaia até o ano de 1937, quando em 23 de agosto foi inaugurada a atual torre, em armação metálica de 32 metros, na zona urbana da cidade, em área sob jurisdição do Comando do 4º Distrito Naval. O atual farol é um dos símbolos da cidade e este ano completará 80 anos de sua construção.
Fonte: Marinha.

Histórico do município: Antes da separação do Maranhão e do Pará, em 1774, Salinas pertencia a Capitânia do Caeté, criada pelo Decreto Lei de 25 de fevereiro de 1652. Esta Capitânia começava no rio Gurupi e se estendia 50 léguas de costa até o Guamá. (Relatório do Ouvidor do Maranhão bacharel João Antônio da Cruz Diniz, em 1751)

Dois elementos contribuíram na fundação da cidade: A fabrica de sal e a praticagem na Ilha do Atalaia.
Em 1645 os jesuítas ensaiaram um princípio de localização, mas o fundador oficial da povoação foi André Vidal de Negreiro, que em 1656 reuniu alguns práticos e suas famílias em um pequeno povoado, localizado na Ilha do Atalaia no alto de um barranco de uns 20 metros de altura, de onde sinalizavam para as embarcações da proximidade dos recifes.

Segunda denominação do município, dada durante o governo do Capitão Geral do Maranhão André Vidal de Negreiro que administrava o Pará em 1655. Durante seu governo, foi enviado a este município o Capitão-Mor do Pará Feliciano Corrêa, com a função de colocar canhões, cujos disparos sinalização as embarcações que navegavam pela costa da proximidade dos recifes (na época eram usadas fogueiras para este fim, mas o então Capital Geral as julgou pouco eficientes e mandou substituí-las). O local escolhido para ser colocado a canhão foi uma ilha, que era a ponta mais saliente da costa, hoje Ilha do Atalaia, nome dado justamente por ter sido escolhida como local para se “vigiar” esta aproximação, evitando que ocorressem acidentes (Atalaia, s. Vigia; sentinela). Como os práticos que executavam este trabalho eram destacados a tal função deu-se origem ao nome Destacado.

Os primeiros a exercerem a função de práticos neste município foram os índios, guiando as embarcações que faziam a rota Salinas/Belém e Salinas/São Luis. Eram profundos conhecedores dos rios, furos e enseadas desta região. Com a chegada dos portugueses foram promovidos a função de pilotos.
Denominação dada ao município devido a existência de uma pequena salina, fábrica de extração de sal da água do mar, durante o período colonial. Administrada pelos jesuítas que utilizavam principalmente a mão-de-obra indígena. O sal era muito usado para conservação do peixe com os quais se abasteciam durante a piracema.
Este nome foi consolidado pelo Capitão General José de Nápoles Teles de Menezes em 1781, que elevou Salinas a categoria de Freguesia, sob o padroado de Nossa Senhora do Socorro de Salinas. Esta freguesia tendia ao desaparecimento não fosse o empenho do prático Francisco Gonçalves Ribeiro, que com muita luta e enfrentando grandes dificuldades, que já não aguentando fazer nada sozinho foi a presença do então Governador Francisco de Souza Coutinho em 1793, pedir auxilio para a construção de uma igreja. Solicitação esta que foi aceita pelo Governador e em dois anos as obras da paróquia estavam concluídas. O mesmo Francisco Ribeiro dotou a Igreja de alfaias e conseguiu a vinda do Bispo D. Manoel de Almeida Carvalho para dar a bênção a Igreja.

Em 1920, foi criado um projeto para mudar o nome deste município. O nome para com o qual seria rebatizado era Atlândida, mas o mesmo não correspondia à industria salineira que no passado deu o nome de Salinas ao mesmo. Pela falta de insistência, falta de decreto e o desinteresse do povo a mudança em jogo, em 1930 foi extinto o município e seu território foi anexado ao município de Maracanã, até junho de 1933 quando foi restabelecido.
Como “Salinas” era o nome dado à indústria de extração de sal e esta prática não era comum apenas ao nosso município, existiam várias Salinas no Estado. Em 30 de Dezembro de 1937, o Decreto Estadual n.º 4.505, mudou novamente o nome do município para “Salinópolis”, usado até hoje.
Em 1966, através da Lei n.º 3.798 da Assembleia Legislativa do Estado e sancionada pelo então Governador Coronel Alacid da Silva Nunes, a cidade foi transformada em Estância Hidromineral de Salinópolis. A instalação oficial ocorreu em 11 de fevereiro de 1967.
Quando na qualidade de Estância, os prefeitos eram nomeados pelo Governador, sendo que o primeiro Prefeito nomeado foi Luiz de Souza Bentes.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
FAU-UFPA


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