Santo Antônio do Grama – Antigo Cine Gramense


Imagem: Dossiê de Tombamento

O Antigo Cine Gramense foi tombado pela Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Grama-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Grama-MG
Nome atribuído: Antigo Cine Gramense
Localização: Praça Francisco Luiz Pinto Moreira, nº 45 – Santo Antônio do Grama-MG
Dossiê de Tombamento

Descrição: Foi Luiz Domingues, o Luiz da Luz, quem introduziu o cinema falado na cidade. O salão onde eram ele passava seus filmes possuía apenas 16 cadeiras, tendo o restante do público que assistir de pé àquelas novidades que eram projetadas por sua máquina de 16mm. Situado na Praça Manoel Dias da Fonseca, o local onde ocorriam as sessões era conhecido como Salão Canela Roxa. Segundo Marcílio Medeiros, este curioso nome foi dado a ele devido às falhas que possuía no piso. Como lá ocorriam também festas e bailes, era comum algum dançarino mais distraído voltar para casa com a canela roxa, por ter caído em um destes buracos.
A procura, no entanto, era muito grande e as pessoas já se acostumavam a levar seus assentos para o salão para não ter de ficar de pé. Foi então que três moradores da cidade, Nilo Moreira Brandão, João de Souza Brandão (Joanito) e José de Alencar Bayão  (Sr. Juquinha) resolveram criar uma sociedade e presentear a cidade com um verdadeiro cinema. O terreno, localizado na então Praça Santa Rita era onde havia morado a família do padeiro Onozor Garcia e Bernardete de Lourdes, a Dona Pêta e foi adquirido por Glicério Pinto Moreira e doado à Fundação Cine Gramense.
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O cinema foi construído na então Praça Santa Rita, que hoje leva o nome de Praça Francisco Luiz Pinto Moreira. Nessa época o local, antigo Largo dos Bambus, ainda não possuía a conformação
de uma praça, mas sim de um largo, sem nenhum equipamento, apenas com vegetação. Não foi possível precisar quando a praça foi construída e se a sua mudança de nome coincidiu com este fato, porém, a partir do depoimento dos moradores sabe-se que durante todo o período de funcionamento do cinema o largo, ou praça, ainda era desprovido de pavimentação.
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Nesta primeira fase o cinema teve como operador de máquina Lourenço de Paula Braga e funcionou até o início da década de 60, quando foi desativado, ficando alguns anos sem funcionar. Isto até que um grupo formado em 1966, liderado por Cloves Bayão e formado também por José Salgado e Helcy Dutra Miranda resolveu reativar o cinema. Porém, os proprietários não tinham interesse em alugar o prédio e o equipamento e propuseram a venda destes. Sem condições de bancar todo aquele custo de 2.500.000 cruzeiros eles buscaram outros interessados em reabrir o edifício para a exibição de filmes até que conseguiram unir um grupo de 25 sócios, incluindo os proprietários anteriores, e colocaram em prática aquele desejo. A venda do Cine Gramense dividida em 25 partes iguais de CR$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) foi realizada no dia 5 de março de 1966. Cada um dos 25 sócios recebeu um recibo que atestava o valor pago pela sua parte da sociedade assinado por José Salgado, Helcy Dutra Miranda e Cloves Bayão. Porém a transferência oficial da propriedade foi sempre adiada e até hoje o imóvel encontra-se legalmente em nome apenas dos três antigos proprietários.
Fonte: Dossiê de Tombamento.

Histórico do município: No início do século XIX, muladeiros, boiadeiros, mascates e tropeiros utilizavam a área onde hoje se encontra o município de Santo Antônio do Grama como caminho de ligação entre diversas regiões de Minas, atualmente conhecidas como as cidades mineiras de Abre Campo, Matipó, Manhuaçu, Ponte Nova e Mariana. Com o passar dos tempos, os viajantes começaram a chamar esta região pelo nome de Paragem da Grama, graças à grama verdinha utilizada para repouso e pastagens às margens do córrego hoje conhecido como Ribeirão Santo Antônio.
Essa região foi ocupada, inicialmente, pelo viajante Manoel Felipe da Silva, que fixou residência no local, ao construir sua choupana numa clareira que se destacava no meio da mata fechada. Mais tarde, expandiu seus domínios, embrenhando-se na mata e cultivando a terra ao redor de sua moradia, fato que atraiu outras pessoas para firmarem residência no local. A partir desse grupo inicial surgiu um núcleo de povoamento, que se tornou a propriedade agrícola de nome “Fazenda da Grama”, ainda pertencente a Manoel Felipe. Ela ocupava a margem direita do ribeirão, limitando-se acima pela sesmaria do Emboque e abaixo pelas terras de Antônio Luiz de Freitas. Depois, essa denominação se estendeu a todo o lugar, mesmo fora dos limites da fazenda de Manoel Felipe. Ele foi casado com Antônia Maria de Jesus, com quem teve vários filhos. Em 1846, Antônia Maria enviuvou-se e a propriedade foi dividida entre os filhos, em inventário procedido na Comarca de Mariana. O distrito de Santo Antônio do Grama nasceu à sombra desta fazenda com um pouco mais de terras ao seu redor.
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O terreno doado para a construção da capela, de pau-a-pique, cercada de esteira de taquara e coberta de sapé, corresponde à área onde hoje está situada a Praça Padre Antônio Ribeiro Pinto e a casa paroquial. A data da autorização para a construção da capela é considerada, por muitos cidadãos, a data em que os primórdios de ocupação e povoamento do atual município de Santo Antônio do Grama foram lançados. A primeira missa celebrada na capela de Santo Antônio foi realizada pelo Padre Fortunato de Abreu e Silva. Não são conhecidos mais dados referentes a este dia, nem mesmo a data.
O início do povoado se deu nas proximidades da capela, onde foram sendo construídas casas que deram origem a um pequeno núcleo urbano. O arraial tornou-se um significativo ponto de comércio para os viajantes que iam à Ponte Nova, fato que continuou influenciando a cidade com o advento das estradas de ferro na região. Com o passar dos anos, as terras doadas por Antônio Luiz de Freitas se tornaram pequenas para o arraial que crescia.
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No final do século XIX o povoado se desenvolve rapidamente. Há o crescimento da lavoura, da população e do comércio. Em 20 de julho de 1868, pela Lei n. 1.550, aprovada pela Assembléia Legislativa Provincial e pelo Presidente da Província de Minas Gerais, o povoado de Santo Antônio do Grama é elevado a Distrito de Paz, sendo desmembrado da freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Casca, e novamente incorporado, agora como distrito ao município de Ponte Nova. Nesse mesmo ano o distrito amplia novamente seu território com a doação de uma chácara por José Antônio Pereira Salgado e, não se sabe se nesse mesmo ano, ou no seguinte, José Fernandes da Silva, outro filho de Manoel Felipe da Silva, permuta quatro alqueires de suas terras da Fazenda da Piedade por três alqueires situados na divisa das terras do distrito para mais uma ampliação do território.
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Em 1873, tem-se o registro do primeiro Livro de Notas do Cartório do Distrito, no qual foram lavradas as primeiras escrituras das transmissões locais. Nele, estão nomeadas as primeiras autoridades: José Joaquim da Conceição é o primeiro Juiz de Paz, tendo como suplentes Manoel Felipe Domingos, Francisco Vieira Frade e Tristão Pereira de Azevedo. O primeiro Escrivão de Paz é Carlos José da Silva, que exerce o cargo até 1910. O Subdelegado de Polícia é Joaquim Gonçalves Gomes, sendo seus suplentes Manoel José de Melo, Caetano José Domingos e Luiz Domingues Gomes.
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A partir de 1913, o distrito de Santo Antônio do Grama passa por uma transformação econômica devido ao desativamento da parada de trem em Ponte Nova, pela Estrada de Ferro Leopoldina, o que diminui, consideravelmente, o comércio de viajantes, típico da região. O fim da Primeira Guerra Mundial, seguida da grande depressão, também contribuiu para o atrofiamento econômico dessa região ligada à agricultura.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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