Uberlândia – Biblioteca Municipal Juscelino Kubitschek
A Biblioteca Municipal Juscelino Kubitschek foi tombada pela Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG
Nome atribuído: Prédio da Biblioteca Municipal Juscelino Kubitschek
Localização: Praça Cícero Macedo, s/n – Bairro Fundinho – Uberlândia-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 11632/2009, de 13/04/2009
Livro do Tombo Histórico: Inscrição n° XV, p. 23
Uso Atual: Atual reserva técnica – Antiga Biblioteca Municipal
Descrição: O Prédio que abrigou a Biblioteca Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira ocupa um espaço urbano que é referência para a história da cidade pois ali foi construída a primeira Capela que deu origem à formação da cidade de Uberlândia.
A construção da primitiva Capela teve início nos anos de 1846. Posteriormente, foi ampliada se transformando em Matriz de Nossa Senhora do Carmo. Em suas proximidades surgiram as primeiras ruas e casas do Arraial que ficou conhecido como Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha, popularmente chamado de São Pedro de Uberabinha. No ano de 1929 a cidade, por sugestão de João de Deus, passou a se chamar Uberlândia.
Passados quase um século de sua edificação, a igreja foi demolida com a autorização da Cúria, no ano de 1943 e, no local, teve início a construção de um prédio para abrigar a Estação Rodoviária da cidade, em estilo neocolonial, de planta regular, alongada no sentido norte-sul, de dois pavimentos, possuindo platibanda arrematadas com telhas cerâmicas tipo capa-e-canal.
O andar do térreo foi construído nos limites do terreno e, hoje, seus vãos originais estão emparedados, o andar superior possui planta em forma de “T”. Ambos os andares possuem platibanda, sendo que a fachada norte do andar superior é coroada com um frontão arqueado na maneira corrente da época. Os interiores não apresentam a configuração original, possuem divisórias provisórias em ambos os andares.
O piso é parte cerâmico e vinílico em alguns trechos. O teto do térreo é a laje piso do andar superior, sendo que o último pavimento é forrado em gesso. As janelas são metálicas do tipo basculante, com vedações em vidro. A estrutura é de concreto com vedações em tijolo cerâmico. A decoração externa é composta de pequenas colunas torsas adossadas e frontões arqueados coroados com telhas tipo capa-e-canal. O jogo de volumes entre os andares, também, é evidente, mas foi prejudicado pelas descaracterizações do térreo.
No ano de 1976, a Estação Rodoviária foi transferida para o Bairro Martins, em uma edificação construída para abrigá-la sob a denominação de Estação Rodoviária Presidente Castelo Branco. Com a transferência da Estação para este novo endereço, o antigo prédio localizado na Praça Cícero Macedo foi destinado a ser Biblioteca Pública Municipal. Após ser reformado, o acervo foi para ali transferido e no dia 31 de agosto de 1976, dia do aniversário da cidade, a Biblioteca foi entregue à comunidade recebendo a denominação de “Juscelino Kubitschek de Oliveira“. No ano de 2020 a Biblioteca Municipal foi transferida para novo endereço e a edificação histórica recebeu nova função social.
Este espaço no qual surgiu o primitivo núcleo urbano de Uberlândia é referência para a história e memória local, pois, esconde e revela histórias que permanecem diluídas na sua arquitetura e geografia.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: A Fazenda São Francisco foi sede da Sesmaria de João Pereira da Rocha, o primeiro morador a fixar residência nesta região no início do século XIX, por volta de 1818. A cidade de Uberlândia se formou em terras desmembradas desta família.
Por volta de 1835, chegaram os irmãos Luiz, Francisco, Antônio e Felisberto Carrejo, que compraram de João Pereira da Rocha as terras para formar as respectivas propriedades: Olhos D’Água, Lage, Marimbondo e Tenda. Ainda hoje elas permanecem na zona rural do município.
Felisberto Alves Carrejo construiu em sua fazenda uma tenda de ferreiro para abrigar as suas atividades profissionais, por isso, sua propriedade ficou conhecida por “Tenda”. Apesar das benfeitorias feitas no local, Felisberto transferiu sua residência para 10 alqueires de terra de cultura, nas imediações do Córrego Das “Galinhas” (Avenida Getúlio Vargas), adquiridos de Dona Francisca Alves Rabelo, viúva de João Pereira da Rocha. Nesta ocasião, esta porção de terra, atualmente Bairro Tabajaras, já era habitada por um pequeno número de pessoas.
Uberlândia é uma cidade que, como muitas, nasceu no entorno de uma capela. Como símbolo de uma comunidade que se pretendia organizada e civilizada, os moradores pediram ao Bispado a permissão para a construção de uma Capela Curada, a ser dedicada à Nossa Senhora do Carmo. Desta forma, construída em adobe e barro nas suas formas mais simples em termos arquitetônicos, ela foi idealizada em 1846.
Para viabilizar a sua construção, os procuradores da obra entraram em entendimento com D. Francisca Alves Rabelo e dela adquiriram, pela quantia de quatrocentos mil réis, cem alqueires de terras de cultura e campo, entre os Córregos Das Galinhas e São Pedro. Todo o Patrimônio foi doado a Nossa Senhora do Carmo e, atualmente, corresponde à parte central da cidade de Uberlândia. O Arraial recebeu então o nome de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. Nas proximidades do lugar escolhido para a construção da capela, havia um caminho denominado de “Estrada Salineira”, foi às margens deste caminho que se formou o primitivo núcleo urbano.
Quando o Arraial passou à sede do Distrito, a estrada recebeu o nome de Rua Sertãozinho, posteriormente Rua Tupinambás e, atualmente, denomina-se Rua José Ayube. Como o cotidiano das pessoas era pontuado pela vida religiosa, a Capela abrigava à sua volta uma faixa de terreno que ficou conhecido como “Campo Santo”, nele foram sepultados os primeiros habitantes da Vila.
As raízes da cidade estão em um bairro conhecido hoje por Fundinho. As pequenas e tortuosas ruas que entrecortavam o arraial se formaram ladeadas pela sequência de casas, quintais e antigos muros que emprestaram à geografia urbana o seu sentido.
Por volta de 1861, pouco tempo após sua inauguração, a capelinha foi ampliada e transformou-se na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, abrigando até 1941 as principais atividades religiosas da cidade. Em 1943, após a inauguração da imponente Matriz de Santa Terezinha na Praça Tubal Vilela, ela foi demolida e, em seu lugar, foi construído um prédio para abrigar a Estação Rodoviária.
Fonte: Prefeitura Municipal.