Uberlândia – Congado
O Congado foi registrado pela Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG
Nome atribuído: Congado – Espaço de Resistência e Identidade/ festa em louvor à Nossa Senhora do Rosário e São Benedito ou festa da Congada (Celebrações)
Outros Nomes: Festa de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Localização: Uberlândia-MG
Decreto de Registro: Decreto nº 11.321, de 29/08/2008.
Livro de Registro das Celebrações: Inscrição I, pág. 03.
Descrição: A Festa em Louvor a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de Uberlândia começa em meados do mês de agosto, quando são iniciadas as campanhas e ensaios para a realização da Festa. Nesta ocasião, até o início do mês de outubro, os Ternos de Congado visitam devotos, rezam terços e fazem leilões em vários locais da cidade. Os grupos de Marinheiros realizam ensaios de trançar fitas durante o dia, possibilitando uma perfeita sincronia nos momentos de apresentações durante a Festa.
Os novenários acontecem, no início do mês de outubro. Os ternos de Congado se encontram na Igreja do Rosário participando das novenas e dos leilões, cujos recursos arrecadados são para ajudar a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito na preparação da Festa. No segundo domingo de outubro, a Festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito tem seu início às 6h com salvas de foguetes, anunciando que os tambores estão chegando. Os grupos de Congado saem de seus quartéis, localizados em 25 pontos diferentes da cidade.
Os desfiles dos grupos ocorrem no segundo domingo de outubro, na parte da manhã, a partir da Rua Prata, da casa do Presidente da Irmandade, descendo pela Avenida Floriano Peixoto até o seu início, quando ocupam a Praça Rui Barbosa e todo o largo e entorno da Igreja do Rosário.
Cada grupo se apresenta para o público presente. Há o levantamento dos mastros de Nossa Senhora e São Benedito e a realização do trança-fitas dos Marinheiros. No período da tarde, os grupos retornam à Igreja do Rosário a partir das 15h levando Reis e Rainhas, festeiros de Nossa Senhora do Rosário de diversas partes da cidade. Com a chegada dos grupos à Igreja, tem-se a procissão que percorre as ruas do centro da cidade e retornam à Igreja do Rosário para a Coroação dos Reis e Rainhas do ano seguinte, a coroação de Nossa Senhora do Rosário e o retorno dos grupos de Congados para seus respectivos quartéis.
Na segunda feira, durante o dia, há visitas recíprocas entre Ternos e a residências de devotos. No período da noite iniciam seus desfiles de despedidas diante da Igreja do Rosário. Esta celebração por seu valor cultural e histórico foi registrada no Livro das Celebrações como patrimônio cultural e histórico de Uberlândia.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: A Fazenda São Francisco foi sede da Sesmaria de João Pereira da Rocha, o primeiro morador a fixar residência nesta região no início do século XIX, por volta de 1818. A cidade de Uberlândia se formou em terras desmembradas desta família.
Por volta de 1835, chegaram os irmãos Luiz, Francisco, Antônio e Felisberto Carrejo, que compraram de João Pereira da Rocha as terras para formar as respectivas propriedades: Olhos D’Água, Lage, Marimbondo e Tenda. Ainda hoje elas permanecem na zona rural do município.
Felisberto Alves Carrejo construiu em sua fazenda uma tenda de ferreiro para abrigar as suas atividades profissionais, por isso, sua propriedade ficou conhecida por “Tenda”. Apesar das benfeitorias feitas no local, Felisberto transferiu sua residência para 10 alqueires de terra de cultura, nas imediações do Córrego Das “Galinhas” (Avenida Getúlio Vargas), adquiridos de Dona Francisca Alves Rabelo, viúva de João Pereira da Rocha. Nesta ocasião, esta porção de terra, atualmente Bairro Tabajaras, já era habitada por um pequeno número de pessoas.
Uberlândia é uma cidade que, como muitas, nasceu no entorno de uma capela. Como símbolo de uma comunidade que se pretendia organizada e civilizada, os moradores pediram ao Bispado a permissão para a construção de uma Capela Curada, a ser dedicada à Nossa Senhora do Carmo. Desta forma, construída em adobe e barro nas suas formas mais simples em termos arquitetônicos, ela foi idealizada em 1846.
Para viabilizar a sua construção, os procuradores da obra entraram em entendimento com D. Francisca Alves Rabelo e dela adquiriram, pela quantia de quatrocentos mil réis, cem alqueires de terras de cultura e campo, entre os Córregos Das Galinhas e São Pedro. Todo o Patrimônio foi doado a Nossa Senhora do Carmo e, atualmente, corresponde à parte central da cidade de Uberlândia. O Arraial recebeu então o nome de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. Nas proximidades do lugar escolhido para a construção da capela, havia um caminho denominado de “Estrada Salineira”, foi às margens deste caminho que se formou o primitivo núcleo urbano.
Quando o Arraial passou à sede do Distrito, a estrada recebeu o nome de Rua Sertãozinho, posteriormente Rua Tupinambás e, atualmente, denomina-se Rua José Ayube. Como o cotidiano das pessoas era pontuado pela vida religiosa, a Capela abrigava à sua volta uma faixa de terreno que ficou conhecido como “Campo Santo”, nele foram sepultados os primeiros habitantes da Vila.
As raízes da cidade estão em um bairro conhecido hoje por Fundinho. As pequenas e tortuosas ruas que entrecortavam o arraial se formaram ladeadas pela sequência de casas, quintais e antigos muros que emprestaram à geografia urbana o seu sentido.
Por volta de 1861, pouco tempo após sua inauguração, a capelinha foi ampliada e transformou-se na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, abrigando até 1941 as principais atividades religiosas da cidade. Em 1943, após a inauguração da imponente Matriz de Santa Terezinha na Praça Tubal Vilela, ela foi demolida e, em seu lugar, foi construído um prédio para abrigar a Estação Rodoviária.
Fonte: Prefeitura Municipal.