Uberlândia – E. E. de Uberlândia


Imagem: Prefeitura Municipal

A E. E. de Uberlândia foi tombada pela Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG
Nome atribuído: Escola Estadual de Uberlândia
Localização: Praça Adolfo Fonseca, nº 141 – Bairro Fundinho – Uberlândia-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 9.904/2005, de 13/06/2005
Livro do Tombo Histórico: Inscrição X, pág. 15.

Descrição: A Escola Estadual de Uberlândia, localizado na Praça Adolfo Fonseca, 141, no Centro, tem sua história iniciada em 1915 com a instalação do Ginásio de Uberabinha, instituição particular que funcionava de forma provisória em uma casa alugada, em condições precárias em local inadequado, sob a direção de Antônio Luiz da Silveira.

Esta instituição preparava os estudantes de Uberabinha para irem à cidade de Ribeirão Preto prestar exames educacionais em outro colégio que era equiparado ao Colégio D. Pedro II, considerado referência nacional.

Naqueles anos, algumas pessoas de grande influência política e econômica da cidade decidiram que era necessário a construção de um prédio novo com arquitetura moderna, comprometido com questões relacionadas à higiene, com os ideais de progresso e modernidade.

Assim sendo, se organizaram e criaram a Sociedade Anônima “Progresso de Uberabinha”, com o objetivo de construir uma edificação destinada exclusivamente a abrigar uma escola, no caso, o “Gymnásio de Uberabinha”. O primeiro grande desafio da empreitada era a elaboração de um projeto que atendesse os interesses do grupo.

Desta forma, o Sr. Carmo Giffone, juntamente com outros, encomendaram pelo valor de um conto de réis, em São Paulo, a referida planta que era de autoria do Sr. J. Sachetti. Quando chegou à Uberabinha o trabalho ficou exposto nas vitrines da famosa casa comercial “Casa Americana”.

Para administrar a obra foi contratado, em novembro de 1919, o construtor Sr. Ernesto Giovanini. Posteriormente, um segundo empreiteiro, o Sr. Eduardo Boroni, assumiu os trabalhos e, finalmente, nos anos de 1920 o empreiteiro Hermenegildo Ribas foi contratado pela Sociedade e concluiu a obra.

Em agosto de 1921 a edificação estava pronta e custou oficialmente duzentos e trinta e cinco contos e setecentos e noventa e seis mil réis à Sociedade Anônima “Progresso de Uberabinha“ e ocupou a área de 935 m2 dos 4.150 m2 da área total do terreno.

O colégio funcionou até 1929 em regime particular. Nos primeiros anos sob a administração do Sr. Antônio Luiz Silveira que deixou o empreendimento nos anos de 1925. Desta data até nos anos de 1927 o Ginásio foi administrado pelo Sr. José Avelino e, posteriormente, de 1927 até final do ano de 1928, pelo Sr. José Ignácio de Souza. Esta sucessão de administradores se deve às dificuldades financeiras da instituição.

No início dos anos de 1929 o prédio foi doado ao Estado de Minas Gerais, sem ônus para o Governo, para a instalação do “Gymnásio Mineiro de Uberabinha”. O Ginásio foi criado em 03 de janeiro de 1929 pelo Decreto Estadual nº. 8.958 e ofereceu internato para 120 alunos com capacidade para atender também alunos externos.

O prédio da escola Estadual de Uberlândia pode ser considerado o melhor exemplar da arquitetura institucional eclética, com forte presença estilemas neoclássico. Sua fachada é marcada pela presença da porta central com verga de arco pleno encimada por duas janelas no nível do segundo pavimento, também com verga em arco-pleno, que se abrem para um pequeno balcão. De cada lado das aberturas centrais, há seis janelas, de vergas de arco abatido, distribuídas em dois panos marcados por pilastras, no centro, apresenta-se um frontão de perfil recortado, tendo na parte superior a Estrela da República e, abaixo, o ano de inauguração do prédio (1921).

Sua planta organiza-se em um volume horizontal que constitui a fachada frontal e três pavilhões iguais, dispostos paralelamente, que se articulam em posição ortogonal ao volume frontal, formando um “E” deitado. Sua construção emprega estrutura autoportante de tijolos maciços, alicerces de pedra.

A instalação se deu em 30 de março de 1930. Ainda em 1930, durante a Revolução Constitucionalista, o prédio foi transformado em quartel general das Forças Revolucionárias do Triângulo Mineiro. Em 1942, na administração do Prof. Osvaldo Vieira Gonçalves, foram construídos um galpão com palco e um campo de basquete iluminado para uso noturno, calçou-se os pátios e foram feitos pintura e reparos gerais no prédio.

Em 1973, o edifício passou por uma reforma geral, dentro do programa CARPE, do Estado de Minas Gerais, quando o assoalho de madeira foi retirado e substituído por cerâmica, a escada de acesso do primeiro ao segundo pavimento, de madeira, foi substituída por outra, de concreto.

Em 1980 foram feitas várias intervenções: pintura geral, colocação de guarda-corpo de metal na escada interna, grades de proteção na portaria, o patamar de acesso à porta lateral esquerda do prédio foi fechado com alvenaria para instalação de uma copiadora, alteração nos usos de salas, colocação de grades nas janelas da fachada frontal do primeiro pavimento.

Em 1992 o prédio foi novamente pintado. No terreno dos fundos, foram construídos vários anexos ao longo dos anos: cozinha, depósito, casa do zelador, marcenaria, uma quadra poliesportiva coberta com estrutura metálica (1974) e salas para laboratórios (1981). A fachada ainda conserva todos os elementos decorativos originais.

Em 2006 o prédio passou por uma reforma geral. Nesta ocasião, os profissionais responsáveis tiveram a sensibilidade de fazer as intervenções respeitando a originalidade do bem. Durante as obras foram encontradas pinturas no roda teto da entrada principal, porém, como não estava previsto trabalho de restauro, as pinturas ficaram aparentes para uma posterior intervenção.

(As informações sobre a historicidade da Sociedade Anônima “Progresso de Uberabinha” assim como as informações referentes à construção do edifício da Escola Estadual de Uberlândia foram retiradas da dissertação de Mestrado: EDUCAÇÃO E O PROGRESSO: O GYMNASIO DE UBERABINHA E A SOCIEDADE ANONYMA PROGRESSO DE UBERABINHA (1919 – 1929) – Willian Douglas Guilherme)
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A Fazenda São Francisco foi sede da Sesmaria de João Pereira da Rocha, o primeiro morador a fixar residência nesta região no início do século XIX, por volta de 1818. A cidade de Uberlândia se formou em terras desmembradas desta família.

Por volta de 1835, chegaram os irmãos Luiz, Francisco, Antônio e Felisberto Carrejo, que compraram de João Pereira da Rocha as terras para formar as respectivas propriedades: Olhos D’Água, Lage, Marimbondo e Tenda. Ainda hoje elas permanecem na zona rural do município.

Felisberto Alves Carrejo construiu em sua fazenda uma tenda de ferreiro para abrigar as suas atividades profissionais, por isso, sua propriedade ficou conhecida por “Tenda”. Apesar das benfeitorias feitas no local, Felisberto transferiu sua residência para 10 alqueires de terra de cultura, nas imediações do Córrego Das “Galinhas” (Avenida Getúlio Vargas), adquiridos de Dona Francisca Alves Rabelo, viúva de João Pereira da Rocha. Nesta ocasião, esta porção de terra, atualmente Bairro Tabajaras, já era habitada por um pequeno número de pessoas.

Uberlândia é uma cidade que, como muitas, nasceu no entorno de uma capela. Como símbolo de uma comunidade que se pretendia organizada e civilizada, os moradores pediram ao Bispado a permissão para a construção de uma Capela Curada, a ser dedicada à Nossa Senhora do Carmo. Desta forma, construída em adobe e barro nas suas formas mais simples em termos arquitetônicos, ela foi idealizada em 1846.

Para viabilizar a sua construção, os procuradores da obra entraram em entendimento com D. Francisca Alves Rabelo e dela adquiriram, pela quantia de quatrocentos mil réis, cem alqueires de terras de cultura e campo, entre os Córregos Das Galinhas e São Pedro. Todo o Patrimônio foi doado a Nossa Senhora do Carmo e, atualmente, corresponde à parte central da cidade de Uberlândia. O Arraial recebeu então o nome de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. Nas proximidades do lugar escolhido para a construção da capela, havia um caminho denominado de “Estrada Salineira”, foi às margens deste caminho que se formou o primitivo núcleo urbano.

Quando o Arraial passou à sede do Distrito, a estrada recebeu o nome de Rua Sertãozinho, posteriormente Rua Tupinambás e, atualmente, denomina-se Rua José Ayube. Como o cotidiano das pessoas era pontuado pela vida religiosa, a Capela abrigava à sua volta uma faixa de terreno que ficou conhecido como “Campo Santo”, nele foram sepultados os primeiros habitantes da Vila.

As raízes da cidade estão em um bairro conhecido hoje por Fundinho. As pequenas e tortuosas ruas que entrecortavam o arraial se formaram ladeadas pela sequência de casas, quintais e antigos muros que emprestaram à geografia urbana o seu sentido.

Por volta de 1861, pouco tempo após sua inauguração, a capelinha foi ampliada e transformou-se na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, abrigando até 1941 as principais atividades religiosas da cidade. Em 1943, após a inauguração da imponente Matriz de Santa Terezinha na Praça Tubal Vilela, ela foi demolida e, em seu lugar, foi construído um prédio para abrigar a Estação Rodoviária.
Fonte: Prefeitura Municipal.


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