Uberlândia – Igreja Nossa Senhora do Rosário
A Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Miraporanga, foi tombada pela Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG
Nome atribuído: Igreja/Capela Nossa Senhora do Rosário em Miraporanga
Localização: Distrito de Miraporanga – Uberlândia-MG
Decreto de Tombamento: Lei nº 1650/1968, de 14/10/1968
Livro do Tombo Histórico: Inscrição I, pág. 03
Descrição: A igreja Nossa Senhora do Rosário de Miraporanga é uma construção do período compreendido entre os anos de 1850 a 1852, quando foi construída a primeira capela no Distrito de Santa Maria, hoje Miraporanga.
Recebeu primeiramente o nome de Capela de Nossa Senhora das Neves, construída sob o oráculo de Nossa Senhora do Carmo e Santa Maria Maior, sendo a 15º Capela edificada no Sertão da Farinha Podre e a única remanescente nos dias atuais.
O início da construção contou com a orientação do então vigário da cidade do Prata, o Padre Antônio Dias de Gouveia. O Padre Gouveia era uma figura inquieta, proprietário de enormes fazendas, com uma intensa atuação política. Foi vítima, dentro de sua própria Igreja, na cidade do Prata, de um atentado a tiros, do qual saiu ileso. Abandonou desgostoso a sua paróquia, retirando-se para sua fazenda do Espraiado.
A construção da “Capelinha de Santa Maria” foi finalizada em 1852, sob orientação do Padre Jerônimo Gonçalves Macedo. No ano de 1865, a Capela construída por escravos, serviu como lugar de repouso para os integrantes da Coluna do Mato Grosso, composta de cerca de 3.000 homens, que seguiam rumo à Guerra do Paraguai.
Em 30 de julho de 1986, houve a alteração no nome da Capela Nossa Senhora das Neves, que passou a denominar-se Igreja Nossa Senhora do Rosário. A mudança foi feita devido às discussões acerca das várias padroeiras da Capela e realizada através de uma votação do Conselho Comunitário de Miraporanga. Neste mesmo ano, a Igreja Nossa Senhora do Rosário de Miraporanga passou por um processo de restauração.
No período de 1999 a 2001, a Igreja passou por nova restauração, para corrigir problemas relacionados à infiltração de águas pluviais pela cobertura, deterioração da estrutura autônoma de madeira e das alvenarias de adobe e má conservação geral do imóvel, dentre outros problemas.
Devido ao seu valor histórico enquanto marco do núcleo que originou a cidade de Uberlândia, assim como a sua importância arquitetônica como referência do estilo colonial primitivo, hoje raridade no Brasil, é que foi tombada como Patrimônio local no ano de 1968.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: A Fazenda São Francisco foi sede da Sesmaria de João Pereira da Rocha, o primeiro morador a fixar residência nesta região no início do século XIX, por volta de 1818. A cidade de Uberlândia se formou em terras desmembradas desta família.
Por volta de 1835, chegaram os irmãos Luiz, Francisco, Antônio e Felisberto Carrejo, que compraram de João Pereira da Rocha as terras para formar as respectivas propriedades: Olhos D’Água, Lage, Marimbondo e Tenda. Ainda hoje elas permanecem na zona rural do município.
Felisberto Alves Carrejo construiu em sua fazenda uma tenda de ferreiro para abrigar as suas atividades profissionais, por isso, sua propriedade ficou conhecida por “Tenda”. Apesar das benfeitorias feitas no local, Felisberto transferiu sua residência para 10 alqueires de terra de cultura, nas imediações do Córrego Das “Galinhas” (Avenida Getúlio Vargas), adquiridos de Dona Francisca Alves Rabelo, viúva de João Pereira da Rocha. Nesta ocasião, esta porção de terra, atualmente Bairro Tabajaras, já era habitada por um pequeno número de pessoas.
Uberlândia é uma cidade que, como muitas, nasceu no entorno de uma capela. Como símbolo de uma comunidade que se pretendia organizada e civilizada, os moradores pediram ao Bispado a permissão para a construção de uma Capela Curada, a ser dedicada à Nossa Senhora do Carmo. Desta forma, construída em adobe e barro nas suas formas mais simples em termos arquitetônicos, ela foi idealizada em 1846.
Para viabilizar a sua construção, os procuradores da obra entraram em entendimento com D. Francisca Alves Rabelo e dela adquiriram, pela quantia de quatrocentos mil réis, cem alqueires de terras de cultura e campo, entre os Córregos Das Galinhas e São Pedro. Todo o Patrimônio foi doado a Nossa Senhora do Carmo e, atualmente, corresponde à parte central da cidade de Uberlândia. O Arraial recebeu então o nome de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. Nas proximidades do lugar escolhido para a construção da capela, havia um caminho denominado de “Estrada Salineira”, foi às margens deste caminho que se formou o primitivo núcleo urbano.
Quando o Arraial passou à sede do Distrito, a estrada recebeu o nome de Rua Sertãozinho, posteriormente Rua Tupinambás e, atualmente, denomina-se Rua José Ayube. Como o cotidiano das pessoas era pontuado pela vida religiosa, a Capela abrigava à sua volta uma faixa de terreno que ficou conhecido como “Campo Santo”, nele foram sepultados os primeiros habitantes da Vila.
As raízes da cidade estão em um bairro conhecido hoje por Fundinho. As pequenas e tortuosas ruas que entrecortavam o arraial se formaram ladeadas pela sequência de casas, quintais e antigos muros que emprestaram à geografia urbana o seu sentido.
Por volta de 1861, pouco tempo após sua inauguração, a capelinha foi ampliada e transformou-se na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, abrigando até 1941 as principais atividades religiosas da cidade. Em 1943, após a inauguração da imponente Matriz de Santa Terezinha na Praça Tubal Vilela, ela foi demolida e, em seu lugar, foi construído um prédio para abrigar a Estação Rodoviária.
Fonte: Prefeitura Municipal.
FOTOS:
- Imagem: Prefeitura Municipal