Uberlândia – Uberlândia Clube


Imagem: Prefeitura Municipal

O Uberlândia Clube foi tombado pela Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG
Nome atribuído: Uberlândia Clube – rua Santos Dumont nº 517
Localização: R. Santos Dumont, nº 57 – Bairro Centro – Uberlândia-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 10.223/2006, de 29/03/2006.
Livro do Tombo Histórico: Inscrição XIII, pág. 20.

Descrição: O Uberlândia Clube Sociedade Recreativa, localizado na Rua Santos Dumont, 517, Centro, é um clube privado com seu quadro de sócios constituído por famílias representativas da elite social uberlandense. A atual sede foi inaugurada em 26 de janeiro de 1957, na gestão do Sr. José Rezende Ribeiro – sócio proprietário e diretor do Clube.

Esta edificação foi construída para substituir a primeira sede, localizada na Avenida Afonso Pena esquina com Olegário Maciel, que se tornara pequena para as atividades do clube com o número crescente de sócios. A construção se deu com capital dos sócios proprietários, em terreno doado pelo Estado de Minas Gerais.

O projeto é de autoria do engenheiro Almôr da Cunha, escolhido através de concurso. A decoração ficou por conta do decorador e artista plástico Sérgio de Freitas, indicado por Almôr. O edifício possui linhas arrojadas de tendência moderna, associadas a elementos do art déco.

O corpo do edifício é um volume regular de três pavimentos, construído nos limites frontal e laterais do terreno. O térreo apresenta pilotis altos, de seção circular, revestidos de pastilhas azuis que ampliam o passeio, rompendo com a linearidade da elevação e criando uma área diferenciada no centro da cidade para a qual se abrem uma galeria de lojas dispostas em dois corredores que adentram o terreno. Seu piso é revestido por pedras portuguesas, branca e preta, que formam desenhos de formas amebóides.

A fachada frontal do segundo pavimento é marcada pela presença de um pano de vidro em toda sua extensão, protegido por brise-soleis azuis. No centro, dividindo-a simetricamente, encontra-se um grande vitral côncavo de vidro jateado. No térreo, há uma grande porta de vidro central que serve de acesso ao interior do Clube propriamente dito; esta porta é marcada por uma cobertura rebaixada que chega até a fachada, abre-se para um hall que possui um painel de pastilha, um pequeno espelho d’água e uma suntuosa rampa circular que leva a outro hall no segundo pavimento, no qual se distribuem os ambientes: dois salões de festas, sanitários, restaurante, bar e boate.

O terceiro pavimento é acessado por uma escada que parte do bar. Nele encontram-se a sala da diretoria, a biblioteca, dois sanitários e um segundo salão de festas, resultado de uma adaptação posterior a sua inauguração, no lugar do terraço jardim original.

A decoração do edifício é minuciosa, com grande variedade de materiais e acessórios, possuindo, no entanto, uma forte e agradável unidade estilística. Chama a atenção, sobretudo, a decoração do salão nobre em tons de azul e branco com detalhes que se espalham pelos pilares, em um interessante jogo com o forro rebaixado em gesso, trabalhado também nas mesmas cores, com sancas que escondem a luz indireta, também presente em outros espaços.

Tanto no projeto arquitetônico quanto nos detalhes da decoração ficam evidenciados os propósitos de uma representação da modernidade e sofisticação pelas quais as elites de Uberlândia ansiavam. O Clube ainda conserva um acervo original de mobiliário, luminárias e adornos da época de sua inauguração, sendo uma importante referência da arquitetura e da ambientação dos anos 1960, bem como da própria sociedade local.

Hoje o edifício não mais é restrito aos sócios, seus salões são alugados para diversas festas, assim como o restaurante, o bar e a boate. Vale lembrar que o Uberlândia Clube trouxe como consequência mais próxima para a história social da cidade, a desativação da zona boêmia que existia no seu entorno sendo tal prática transferida para as imediações das avenidas Cesário Alvim com João Naves de Ávila e Rondon Pacheco, conhecido também como “rua Uberaba”. Todavia, frente a valorização imobiliária, a partir da década de 1970, aquele espaço urbano foi reformulado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Prefeitura Municipal de Uberlândia-MG
Nome atribuído: Bens Móveis Integrados ao edifício do Uberlândia Clube
Localização: Uberlândia Clube – R. Santos Dumont, nº 57 – Bairro Centro – Uberlândia-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 10.223/2006, de 29/03/2006.
Livro de Artes Aplicadas

Descrição: Foram tombados os seguintes bens:
Balcão – Móvel de apoio – Inscrição II, pág. 05
Sofá – Móvel de descanso – Inscrição III, pág 06
Sofá – Móvel de descanso – Inscrição IV, pág 07
Poltrona – Móvel de descanso – Inscrição V, pág. 08
Cadeira – Móvel de descanso – Inscrição VI, pág 09
Sofá – Cadeira – Móvel de descanso – Inscrição VII, pág 11
Cadeira – Móvel de descanso – Inscrição VIII, pág. 12
Cadeira com braços – Inscrição IX, pág 13
Poltrona – Móvel de descanso – Inscrição X, pág 14
Poltrona – Móvel de descanso – Inscrição XI, pág.15
Poltrona – Móvel de descanso – Inscrição XII, pág 16
Bar – Móvel de apoio – balcão e prateleiras para apoio – Inscrição XII, pág 17
Balcão – Hall – Móvel de apoio – Inscrição XIII, pág.18
Mesa – compõe o conjunto de mesas e cadeiras do piano bar restaurante – Inscrição XIV, pág19
Mesa – compõe o conjunto de mesas e cadeiras do Salão Nobre – Inscrição XV, pág. 20
Luminária – material de iluminação – Inscrição XVI, pág.21
Painel Parietal “Arlequim e Colombina” – Inscrição XVII, pág.22
Vitral – Inscrição XVIII, pág. 23
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A Fazenda São Francisco foi sede da Sesmaria de João Pereira da Rocha, o primeiro morador a fixar residência nesta região no início do século XIX, por volta de 1818. A cidade de Uberlândia se formou em terras desmembradas desta família.

Por volta de 1835, chegaram os irmãos Luiz, Francisco, Antônio e Felisberto Carrejo, que compraram de João Pereira da Rocha as terras para formar as respectivas propriedades: Olhos D’Água, Lage, Marimbondo e Tenda. Ainda hoje elas permanecem na zona rural do município.

Felisberto Alves Carrejo construiu em sua fazenda uma tenda de ferreiro para abrigar as suas atividades profissionais, por isso, sua propriedade ficou conhecida por “Tenda”. Apesar das benfeitorias feitas no local, Felisberto transferiu sua residência para 10 alqueires de terra de cultura, nas imediações do Córrego Das “Galinhas” (Avenida Getúlio Vargas), adquiridos de Dona Francisca Alves Rabelo, viúva de João Pereira da Rocha. Nesta ocasião, esta porção de terra, atualmente Bairro Tabajaras, já era habitada por um pequeno número de pessoas.

Uberlândia é uma cidade que, como muitas, nasceu no entorno de uma capela. Como símbolo de uma comunidade que se pretendia organizada e civilizada, os moradores pediram ao Bispado a permissão para a construção de uma Capela Curada, a ser dedicada à Nossa Senhora do Carmo. Desta forma, construída em adobe e barro nas suas formas mais simples em termos arquitetônicos, ela foi idealizada em 1846.

Para viabilizar a sua construção, os procuradores da obra entraram em entendimento com D. Francisca Alves Rabelo e dela adquiriram, pela quantia de quatrocentos mil réis, cem alqueires de terras de cultura e campo, entre os Córregos Das Galinhas e São Pedro. Todo o Patrimônio foi doado a Nossa Senhora do Carmo e, atualmente, corresponde à parte central da cidade de Uberlândia. O Arraial recebeu então o nome de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro de Uberabinha. Nas proximidades do lugar escolhido para a construção da capela, havia um caminho denominado de “Estrada Salineira”, foi às margens deste caminho que se formou o primitivo núcleo urbano.

Quando o Arraial passou à sede do Distrito, a estrada recebeu o nome de Rua Sertãozinho, posteriormente Rua Tupinambás e, atualmente, denomina-se Rua José Ayube. Como o cotidiano das pessoas era pontuado pela vida religiosa, a Capela abrigava à sua volta uma faixa de terreno que ficou conhecido como “Campo Santo”, nele foram sepultados os primeiros habitantes da Vila.

As raízes da cidade estão em um bairro conhecido hoje por Fundinho. As pequenas e tortuosas ruas que entrecortavam o arraial se formaram ladeadas pela sequência de casas, quintais e antigos muros que emprestaram à geografia urbana o seu sentido.

Por volta de 1861, pouco tempo após sua inauguração, a capelinha foi ampliada e transformou-se na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, abrigando até 1941 as principais atividades religiosas da cidade. Em 1943, após a inauguração da imponente Matriz de Santa Terezinha na Praça Tubal Vilela, ela foi demolida e, em seu lugar, foi construído um prédio para abrigar a Estação Rodoviária.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

 


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