Varginha – Praça Dom Pedro II


Imagem: Prefeitura Municipal

A Praça Dom Pedro II foi tombada pela Prefeitura Municipal de Varginha-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Varginha-MG
Nome atribuído: Praça Dom Pedro II (0,3 ha)
Outros Nomes: Antiga Praça do Pretório, Jardim do Sapo
Localização: Praça Dom Pedro II – Varginha-MG
Homologação do Tombamento: 03 de março de 2000

Descrição: Importante ponto de encontro de várias gerações, sobretudo quando a Igreja Matriz ainda estava voltada para o antigo núcleo urbano, a Praça Dom Pedro II foi um dos primeiros recantos de lazer da cidade. Por volta de 1910, com a intensa religiosidade da cidade, a praça era utilizada como celebração de um dos passos da Via Sacra. Foi na administração do prefeito Major Evaristo Soares que Varginha começou a ganhar ares mais modernos. Em 1915, a praça foi então totalmente remodelada, com a inauguração de um belo jardim com coreto, retirada do pretório e a colocação de grades em toda a sua volta. Havia também um pequeno lago, com presença de um grande número de sapos, dando origem ao cognome, carinhosamente utilizado até hoje (Jardim do Sapo). Hoje, as grades e o lago não mais existem, mas a praça continua tendo um importante papel na malha urbana. As árvores de grande porte, gerando grandes áreas de sombra, forração agradável e variada e os postes de iluminação em ferro garantem a tranquilidade e o caráter aprazível do local. O coreto, embora não original, também ajuda a compor esse recanto. Em diversas ocasiões, até os anos 80, o coreto da Praça Dom Pedro II recebeu seresteiros da cidade. Um detalhe importante neste local é que os imóveis do entorno não interferem na visibilidade da praça, pelo contrário, com exceção de um edifício de apartamentos, a grande maioria dos imóveis foi construída até a década de 1960, mantendo o mesmo gabarito e escala. A Praça passou por obras de reforma no final da década 1970 e nos anos 2000.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Portugal somava 3 milhões de habitantes. A economia girava em torno da agricultura e extração mineral, movidas à base de escravos. Dentro desse contexto surge Espírito Santo das Catanduvas, um arraial no Sul de Minas com cerca de mil pessoas. A criação do povoado é toda influenciada pela religiosidade e pelos costumes portugueses. O trânsito de tropeiros no Sul de Minas era permanente. Entretanto, o desenvolvimento do núcleo ainda era lento.
Em 1832, a população de Varginha era de exatos 1.855 habitantes, um crescimento de 85%, tímido para duas décadas e meia. A Igreja adquiriu as áreas no centro da futura cidade, que pertenciam ao casal Dona Thereza Clara Rosa da Silva e capitão Francisco Alves da Silva.

Durante 43 anos Varginha foi um curato (aldeias com condições necessárias para se tornar o distrito de um município). As principais obras que marcam esse período são as construções de igrejas (Matriz do Divino Espírito Santo e Rosário).
Em 1º de junho de 1850, o curato foi elevado à paróquia (ou freguesia, onde estão os fregueses da paróquia).
Varginha experimentaria, então, o primeiro surto desenvolvimentista. Foram construídos os primeiros prédios públicos, como as duas primeiras escolas públicas e a cadeia.

O segundo boom desenvolvimentista da cidade advém do fim da escravatura. Para substituir a mão-de-obra escrava, é firmado um acordo com a Itália, onde vários imigrantes deslocam-se de sua terra natal para o Brasil. A passagem era paga pelo governo brasileiro, em troca de cinco anos de trabalho na lavoura.
Em 1888 a recém-criada cidade de Varginha recebeu a maior leva de imigrantes, 1.020 no total. Eram 806 italianos (toscanos, lombardos e venetos procedentes, em sua maioria, de campos e aldeias), mais portugueses, espanhóis, turcos e alemães. Radicaram-se em Varginha, escrevendo uma das mais importantes páginas da história da cidade.
O principal impulso dos imigrantes ocorreu inicialmente na agricultura. As duas culturas significativas eram a cana-de-açúcar e o café. A pequena vila contava com 113 estabelecimentos de beneficiamento de café no começo do século XX. Em 1933, a cidade contava com seis engenhos e uma produção de 2 mil toneladas de cana-de-açúcar.

O terceiro momento relevante do desenvolvimento de Varginha acontece com o início do funcionamento da linha férrea em Varginha, em 1892 (no mesmo local onde está o prédio atual da estação ferroviária). A cidade recebia suas primeiras empresas e o movimento era intenso. São dessa época duas obras básicas de infraestrutura: as primeiras obras de calçamento e a iluminação pública, de gás acetileno e postes de metal.

Com o aumento da população, surgem opções de lazer, na rua da Chapada (onde hoje fica o calçadão da Wenceslau Braz). O Theatro Municipal é inaugurado em 1904; seis anos depois, no mesmo local, é aberto o Cinema Brasil, talvez o primeiro do sul de Minas Gerais. Foi instalado pelo empreendedor capitão Pedro da Rocha Braga. A máquina era gerada por motor a querosene e desligada durante algumas sessões pela quantidade de fumaça. O cinema era itinerante, e o motor era levado em carro de boi a algumas cidades próximas.
Em 1913 a Empresa Telefônica Varginhense interligava 150 aparelhos na cidade.

Aos poucos o perfil da economia agrícola vai cedendo espaço, ainda de forma tímida, para a indústria.
Segundo os documentos que registram a história do município, o progresso de Varginha foi intensamente impulsionado após 1925, com a visita do presidente do Estado, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. Na ocasião, o presidente assumiu um empréstimo no valor de 2.500 contos de réis, o equivalente a cem fazendas. O empréstimo possibilitou a terraplenagem e reestruturação completa da cidade, com o asfaltamento das principais ruas, iniciando em definitivo o processo de urbanização.

Nesse período surgiram importantes instituições para Varginha: os colégios Marista e Santos Anjos; Banco do Brasil; Hospital Regional do Sul de Minas; e a Associação Comercial de Varginha.
Em 1929, a quebra da Bolsa de Nova Iorque acentua a crise do café no Brasil. Nosso país fica atolado com uma produção de 21 milhões de sacas, bem maior do que a demanda. O governo dos Estados Unidos desiste do empréstimo de 50 milhões de dólares para os cafeicultores brasileiros. Apesar das dificuldades que sempre marcaram a cafeicultura, e mesmo neste momento particular, o café sempre foi considerado importante propulsor da economia local. Com o tempo, a indústria cafeeira (beneficiamento e exportação) ultrapassou a produção (lavoura) na cidade.

Varginha começa a se expandir. Novos bairros surgem. O primeiro deles, a Vila Barcelona, formado em sua maioria por operários.

A cidade ainda se restringia ao “miolo” do centro. As casas terminavam na avenida Major Venâncio, no “Areião” (Fátima), na Vila Barcelona e nas Três Bicas. Bairros como Catanduvas, Jardim Andere, Bom Pastor ainda não existiam e eram considerados zona rural.
Começam a ser criadas regionais dos governos estadual e federal. A era do ensino superior tem início em 1965, com a primeira escola de ensino superior – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Nos anos seguintes são criadas a Faculdade de Direito de Varginha, Faculdade de Ciências Contábeis e de Administração, a Faculdade de Engenharia Mecânica e a Fepesmig, que se tornou, depois, Centro Universitário do Sul de Minas. Mais recentemente, Unifenas e Unifal.
Fonte: IBGE.

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