Barra do Piraí – Fazenda Ribeirão Frio


Imagem: Inepac

A Fazenda Ribeirão Frio em Barra do Piraí-RJ foi tombada por sua importância cultural para a cidade.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome atribuído: Fazenda Ribeirão Frio. Estrada Ruy Pio David Gomes, s/nº, Dorândia, Barra do Piraí
Localização: Estrada Ruy Pio David Gomes, s/n – Barra do Piraí-RJ
Tombamento Provisório: 30/12/2008
Processo de Tombamento: E- 18/1.868/2008

Descrição: Localizada em Barra do Piraí no distrito de Dorândia, próxima à BR-393, a fazenda fica no meio do caminho entre Barra do Piraí e Volta Redonda, a cerca de 30 minutos do Centro de Barra do Piraí.
O acesso à fazenda se faz por uma estrada de barro, por onde se pode observar boa parte da propriedade, em sua maioria desenvolvida em terreno plano, porém, cercada na parte posterior por morros. No entorno da fazenda, avistamos alguns sítios, chácaras e, fronteiro a ela, um loteamento.
A casa-sede está implantada numa área totalmente plana, possibilitando, tomada da estrada, uma visão geral do conjunto construído e da paisagem natural. Antes de chegar a ela, passa-se por um antigo portão e uma alameda de palmeiras – que é paralela à lateral do que seria um dos antigos terreiros de café, na frente da casasede, parcialmente cercado por uma grade. Do lado esquerdo, localiza-se uma edificação recente, de meados do século XX. E, assim, chega-se a um novo acesso, que leva à casa, toda cercada por grades com um portão para carros e, na lateral direita, o acesso de pedestres. Na lateral esquerda, aos fundos, temos um riacho e um laguinho. Nos fundos da casa-sede encontram-se antigas construções bastante deterioradas e ruínas.

A propriedade atual é formada pela casa principal – um muro formado por alvenaria e grades em ferro delimita a área ocupada por esta e três terreiros de café – um na frente da casa-sede; outro na lateral direita e um terceiro na parte posterior. A fazenda possui mais seis construções dos meados do século XX.
Aos fundos foram encontrados resquícios de antigas construções. Porém, não se tem dados suficientes para
identificar quais eram seus usos e funções.
A sede da fazenda possui um pavimento com porão alto habitável, como foi nitidamente construída em fases distintas, alguns elementos são diferenciados, não havendo perfeita integração entre os mesmos.
A fachada principal possuía originalmente um alpendre que permitia o acesso ao hall de entrada. Em cada extremidade deste alpendre havia uma escada colada à fachada, como era comum a muitas das edificações contemporâneas a esta. Atualmente encontramos uma varanda que cobre parcialmente sua extensão e apenas uma escada de acesso lateral, alterando substancialmente a feição original da fachada.
A configuração espacial da edificação difere de outras fazendas, pois sua planta baixa é formada por dois “L”, que podemos diferenciar pelos usos atuais como dois blocos, identificados pelo período em que foram construídos ou pelas funções atuais: no bloco 1, dedicado aos serviços; e o bloco 2, aos setores social e íntimo.
A partir do hall de entrada chega-se à Capela, à direita e a quatro quartos – provavelmente antigas alcovas – e, à esquerda, a dois compartimentos que eram salas e são utilizados atualmente como quartos. No seguimento do hall de entrada, pequena circulação permite o acesso à sala de jantar e na lateral esquerda a um escritório.
A sala de jantar possui em sua lateral esquerda três quartos e, na lateral direita janelas em toda a extensão que permitem observar um dos antigos pátios de café e parte do entorno. Na parte posterior da sala chega-se a dois banheiros e a uma copa, a partir da qual chega-se ao que podemos chamar de bloco 1, de construção mais antiga.
Nesse bloco 1, inicialmente passa-se por um depósito e uma grande sala de refeições, que possui uma cozinha com despensa e varanda, cujo acesso externo é feito por uma escadaria em pedra. Na circulação que permite acesso à parte posterior da casa, temos dois quartos de serviço; banheiro; escritório e, aos fundos, alguns cômodos sem função específica e uma grande sala usada como oficina / depósito. Uma escada interna de um lance dá acesso à parte aberta do porão e ao terreiro.
A edificação não sofreu muitas modificações formais quanto à sua configuração e distribuição espacial. Pelos indícios, há um pequeno acréscimo na parte posterior, que só possui acesso externo.
A feição das fachadas nos remete às casas rurais mais espartanas do século XIX. Os vãos possuem uma diferenciação quanto à forma. Assim, no bloco 1 as vergas são retas, nas janelas e portas, e no bloco 2 apresentam-se vergas em arco abatido com ombreiras em “canga de boi”. Nas janelas do bloco 1 há esquadrias em folhas de guilhotinas com caixilhos de vidro externas e enrelhadas (tabuadas) internamente. As portas, todas são tabuadas. No bloco 2 encontramos nas fachadas janela duplas com guilhotinas envidraçadas externamente e folhas almofadadas internas e, nas portas internas, bandeiras e folhas almofadadas.
Não é possível determinar qual seria o forro dos tetos do bloco 1, pois não há nenhum registro in loco de sua existência. No bloco 2, o forro de saia-camisa com roda-teto simples que recebe pintura na cor branca, repetese em todos os cômodos.
A edificação, construída em fases distintas, possui características construtivas diferenciadas. Sua planta baixa é formada por dois “L” ou quatro retângulos, cujo mais antigo fica na parte posterior.
A cobertura da edificação em telhas tipo capa-canal, possui beiral acachorrado que, em toda a extensão, é revestido por tabuado de madeira. As esquadrias são todas em madeira com almofadas, vidros ou venezianas, com exceção de uma báscula em ferro. Há também grades e portões externos em ferro, com pequenos detalhes decorativos.

No bloco 1, o mais antigo, há um embasamento em pedra com 80 cm de largura, que suportava, originalmente, alvenaria de pau-a-pique que foi parcialmente substituída por tijolos maciços. A argamassa de revestimento original possuía em sua composição areia e saibro, mas, atualmente, algumas intervenções introduziram argamassa de cimento sobre o pau-a-pique.
Toda a estrutura vertical e horizontal sobre o embasamento em pedra é composta por extensas peças em madeira. O piso do porão e ao redor da casa é feito com lajes de pedra, mesmo material das escadas para acesso à cozinha. Internamente há uma escada em madeira para ligação entre a circulação dos depósitos e a oficina, no porão. O piso no pavimento nobre é todo em tábuas de madeira, com exceção da cozinha e varanda, onde foi substituído por cerâmica e piso vinílico.
O bloco 2 repete o embasamento em pedra e a estrutura em madeira, mas em dimensões bem mais simplórias.
Nas alvenarias encontramos pau-a-pique e adobe. O piso é todo em tabuado de madeira, com exceção dos banheiros, em cerâmica (não original). O forro do tipo saia e camisa desenvolve-se encaixado, com molduras e pequenos detalhes decorativos.
Fonte: Inepac.

CONJUNTO:
Barra do Piraí – Fazenda Espuma
Barra do Piraí – Fazenda Ponte Alta
Barra do Piraí – Fazenda Ribeirão Frio
Barra do Piraí – Fazenda São Luiz da Boa Sorte
Itaperuna – Fazenda São Domingos
Paraíba do Sul – Fazenda Maravilha
Paraíba do Sul – Fazenda Santo André
Rio das Flores – Fazenda da Forquilha
Valença – Fazenda Santa Rita
Valença – Fazenda Santo Antônio do Paiol
Valença – Fazenda São Paulo
Valença – Fazenda Vista Alegre

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MAIS INFORMAÇÕES:
Inepac


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