Belém – Palacete Bolonha


Fonte: Lobato, Arruda, Ramos

O Palacete Bolonha foi tombado pela Prefeitura Municipal de Belém-XX por sua importância cultural para a cidade.

Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Palacete Bolonha
Localização: Av. Gov. José Malcher, n° 295 – Nazaré – Belém-PA
Data de Tombamento: 02/07/1982

Prefeitura Municipal de Belém-PA
Nome Atribuído: Palacete Bolonha
Localização: Belém-PA
Resolução de Tombamento:

Descrição: Durante o “Ciclo da Borracha” na Amazônia surgiram numerosas construções particulares na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, chamadas de palacetes. Seus proprietários eram ricos comerciantes, políticos e milionários da época. Seus nomes identificavam os imóveis por eles construídos: Pinho, Faciola, Bolonha, Montenegro, Virgilio Sampaio, Carlos Bricio da Costa, Vitor Maria da Silva e muitos outros, que pela insensibilidade e especulação imobiliária foram, alguns, demolidos.

Nos salões desses palacetes, muitas vezes eram decididos o futuro político e econômico do Município e do Estado, além de ser o “palco” do que havia de melhor na vida social paraense. Neles aconteciam suntuosos saraus, recitais, bailes, jantares, onde desfilavam a elegante moda parisiense e londrina, importadas com exclusividade pela elite belenense.

O Palacete Bolonha foi construído na primeira década do século XX, na estrada de São Jerônimo, 145 (hoje, Av. Governador José Malcher, 295) esquina com a Rua Dr. Moraes. Na fachada, o requinte dos palacetes europeus, aliados a forte influência das técnicas das exposições industriais europeias. Refletindo como um bordado raro, o barroco, o rococó.

A construção do Palacete Bolonha ocorreu, segundo relatos familiares, à promessa e testemunho de amor de Francisco Bolonha a sua esposa, Alice Tem Brink Bolonha, que não queria deixar a capital do país, o Rio de Janeiro e vir morar em Belém do Pará.

No caminho ao adentrar ao palacete, passa-se por portão em gradil elaborados, em estilo art-nouveau. O hall coberto, ao nível do primeiro pavimento e com acesso por escada, antecede o interior da edificação. Nesse espaço o sinal da fé paraense está presente: em um nicho elevado na parede, entre as portas à direita e à esquerda, uma imagem sacra. Em seu piso, em pastilha, observa-se a figura de um cão com a inscrição em latim “cave canem” – “cuidado com o cão”.

Planejada com afortunada inteligência e harmonia, a ventilação no Palacete busca amenizar o calor regional. Nos andares, uma abertura retangular na parede, capta o ar vindo da Dr. Moraes e São Jerônimo, permitindo que se propagasse pelos pisos superiores, através da escadaria helicoidal de uso dos empregados.

Vários recintos são revestidos por mármore e madeira de lei e que causam deslumbramento. Ao talento pianístico de Alice, Bolonha dedicou uma sala de visita/ música ricamente decorada, onde se reunia a elite paraense para se enlevar em memoráveis recitais.

Nos banheiros e lavabos, as louças e torneiras, são inglesas. Existem pinturas nos azulejos, e um dos motivos é “rosas de todo o ano”. Complementando a decoração, azulejos brancos com monogramas em ouro e altos relevos em porcelana.

A cobertura com mansarda, possui telhas em ardósia vivamente pintadas, em formidável jogo visual, admirado a distância. O Palacete Bolonha é importante e singular exemplo do estilo eclético na cidade de Belém. Na época, um dos prédios mais altos da cidade. Com cinco pavimentos, incluindo a mansarda, sob a qual o engenheiro criou espaços que usava como depósito. Nesse pavimento, existe um mirante para visualizar a cidade.

O excesso de elementos nas fachadas faz dele o palacete do exagero decorativo, no entanto, com harmonia e por isso, o exemplo mais interessante dentre os palacetes “da borracha”. A ornamentação nas fachadas usou o que estava à disposição nos catálogos de materiais de construção no inicio do século XX. O palacete possui rincões, calhas e cumeeiras em chapas e elementos de metal, ricamente trabalhados e decorados. Balaustradas em pedra e em argamassa, vãos e janelas em arco pleno, arco abaulado e plano – obedecendo a critério do projetista, de diferenciação por pavimento. Nas fachadas principais, pelo Governador José Malcher e Passagem Bolonha, existem apliques de anjos e guirlandas em estuque, nichos com estátuas, entre alguns elementos decorativos.

O ecletismo surgiu em Belém na figura dos palacetes e mansões, frutos em geral de pessoas enriquecidas no comércio da borracha ou em outras atividades comerciais, resultantes do “boom” econômico do Ciclo da Borracha. Os modelos europeus exerceram relevante papel na arquitetura civil belenense durante o período marcado pelo desenvolvimento oriundo da economia do látex. As frequentes viagens das famílias paraenses à Europa, a educação da juventude nos colégios parisienses, propiciaram a formação de uma mentalidade impregnada aos temas e a cultura europeia, sobretudo da França e da Inglaterra.
Fonte: Lobato, Arruda, Ramos.

Histórico do município: A história da cidade de Belém confunde-se com a própria história do Pará através de quatro séculos de formação e desenvolvimento.
Coube a Francisco Caldeira Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, um dos heróis da expulsão dos franceses do Maranhão, a honra de comandar uma expedição de 200 homens com o objetivo de afastar do litoral norte os corsários estrangeiros e iniciar a colonização do ‘Império das Amazonas’.
Em 12 de janeiro de 1616, a cidade de Belém foi fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco. Lançou os alicerces da cidade no lugar hoje chamado de Forte do Castelo. Ali edificou um forte de paliçada, em quadrilátero feito de taipa de pilão e guarnecido de cestões. Essa fortificação teve inicialmente o nome de Presépio, hoje o histórico Forte do Castelo. Em seu interior, foi construída uma capela, sendo consagrada a Nossa Senhora da Graça. Ao redor do forte começou a formar-se o povoado, que recebeu então a denominação de Feliz Lusitânia, sob a invocação de Nossa Senhora de Belém.
Nesse período ocorreram guerras, em decorrência do processo de colonização através da escravização das tribos indígenas Tupinambás e Pacajás e da invasão dos holandeses, ingleses e franceses. Vencidas as lutas com os invasores, a cidade perdera a denominação de Feliz Lusitânia, passando a ser Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.
Em 1650, as primeiras ruas foram abertas, todas paralelas ao rio. Os caminhos transversais levavam ao interior. Era maior o desenvolvimento para o lado Norte, onde os colonos levantaram as suas casas de taipa, dando começo à construção do bairro chamado de Cidade Velha. Na parte sul, os primeiros habitantes foram os religiosos capuchos de Santo Antonio.
Em 1676, chegaram, da ilha dos Açores, 50 famílias de agricultores, no total de 234 pessoas. Nessa época, destaca-se a construção da Fortaleza da Barra e do Forte de São Pedro Nolasco.
No século dezoito, a cidade começou a avançar para a mata, ganhando distância do litoral. Belém constituía-se não apenas como ponto de defesa, mas também centro de penetração do interior e de conquista do Amazonas.
A abertura dos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira e Negro para a navegação dos navios mercantes de todas as nações, no século XIX, após o período colonial, contribuiu para o desenvolvimento da capital paraense.
No início do século XX, ocorreu grande avanço na cidade de Belém, porém a crise do ciclo da borracha e a I Guerra Mundial influenciaram a queda desse processo de desenvolvimento.
Fonte: IBGE.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Lobato, Arruda, Ramos
Vitruvius

 


2 comments

    1. Boa noite,
      Sugerimos que entre em contato diretamente com a instituição. Seguem os contatos que encontramos online.
      Telefone: (91) 98417-5894
      Atenciosamente,
      Equipe iPatrimônio

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