Minas Novas – Igreja Nossa Senhora Rosário


Imagem: Prefeitura Municipal

A Igreja Nossa Senhora Rosário foi tombada pela Prefeitura Municipal de Minas Novas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Minas Novas-MG
Nome atribuído: Igreja Nossa Senhora Rosário
Localização: Av. Waldemar César Santos – Centro – Minas Novas-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 017/2007

Descrição: Não foram localizados elementos documentais esclarecedores sobre a data de construção da igreja. Pelas características construtivas e ornamentais, presume-se que sua edificação tenha ocorrido ainda no século XVIII, embora conste, por tradição local, que a instituição da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da antiga vila do Fanado, responsável pela ereção do templo, se deu no ano de 1810. Pode-se todavia afirmar, com certeza, que se trata de construção do período colonial, porquanto existem referências a igreja em textos já de inícios do século XIX, como a “Corografia Brasílica” , de Aires do Casal (1817), e “Memórias Históricas’’ de Pizarro e Araújo (alturas de 1820).
A Irmandade do Rosário dos Pretos chegou a possuir valiosos “ornamentos em ouro e prata”, segundo está registrado em documento de 1854, dirigido ao governo provincial mineiro pelo vigário local sobre o estado e número de igrejas e capelas da paróquia de Minas Novas. Este templo é ainda hoje um dos mais prestigiados pelos fiéis na cidade, especialmente por nele se realizar, anualmente, a Festa do Rosário, com celebrações religiosas e folclóricas, uma tradição que ali remonta ao ano de 1810. O monumento não é amparado por medida legal de tombamento.
Arquitetura- A igreja apresenta aspecto tradicional e retardatário, filiando-se ao partido das matrizes mineiras da primeira metade do século XVIII, com planta quadrangular. divisão em nave, capela-mor e corredores-sacristias ao longo das fachadas laterais do edifício. A fachada principal compõe-se de torres de secção quadrada e cobertura em forma de telhado, empena lisa com pequeno óculo, porta almofadada e duas janelas com balaústres de madeira recortada. A estrutura da construção é em madeira e taipa, com telhado em duas águas e beirais em cachorros. Internamente, possuí forros abobadados, de tabuado liso, com pintura decorativa, cimalhas e arco-cruzeiro de madeira, púlpito único e grade de madeira torneada separando a nave dos altares do arco-cruzeiro.
Ornamentação – A igreja conserva um conjunto de talha composto de três altares, sendo mais interessante o retábulo da capela-mor, em estilo rococó de interpretação provinciana, delimitado por colunas de fuste reto e mostrando em cada flanco um nicho terminado em dossel. Os altares do arco-cruzeiro são bastante singelos, com duas colunas continuadas por arquivoltas, numa imitação rústica dos retábulos de feição barroca. Nos forros da nave e da capela-mor, vêem-se painéis de pintura, representando respectivamente a Ressurreição de Cristo e a Virgem do Rosário, enquadrados por balaústres, figuras de anjos e flores, em trabalhos que evidenciam bom apuro pictórico. A igreja ainda possui excelentes peças de imaginária barroca, entre as quais se destacam as imagens de São João Batista, São José, Santo Antônio Catagerona, Santa Rita de Cássia, São Gonçalo, Nossa Senhora do Rosário, Santo Antônio e São Benedito, sendo os dois últimos invocações principais dos altares do arco-cruzeiro. A harmonia do interior do templo acha-se, no entanto, parcialmente prejudicada pela repintura de alguns elementos ornamentais e pelo piso cimentado em vermelhão.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Por volta de 1727, um grupo de bandeirantes, chefiados por Sebastião Leme do Prado. Localizaram a ocorrência de ouro em um dos afluentes do Rio Fanado que, por essa razão, recebeu o nome de Bom Sucesso. A notícia de grandes jazidas atraiu os faiscadores. Entre o Rio Fanado e o seu afluente Bom Sucesso, formou-se o primeiro núcleo populacional, em torno de uma capelinha, erigida em homenagem a São Pedro. Assim nasceu o Arraial de São Pedro do Fanado, que rapidamente prosperou, recebendo, dois anos depois, o título de Vila do Bom Sucesso do Fanado de Minas Novas.
Sebastião Leme do Prado estava comissionado pelo Governador de Minas Gerais como guarda-mor das terras minerais que foram descobertas. Entretanto, seguindo orientação de seus primos, Domingos e Francisco Dias do Prado, líderes em Itacambira, preferiu comunicar a descoberta do Bom Sucesso ao Governador da Bahia, embora as divisas entre essa Província e a de Minas Gerais já estivessem definidas pelo Rio Verde, desde as nascentes até a foz.
Assim que o Governador da Bahia e Vice-Rei do Brasil recebeu o manifesto, apoderou-se das terras e comunicou sua atitude ao Rei, que mandou estabelecer uma intendência na região onde o ouro era quintado.
A rápida prosperidade de Minas Novas provocou protestos da população, que passou a exigir uma justiça mais próxima. Reconhecendo a procedência das reclamações, o Conselho Ultramarino, em 1730, sujeitou a Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Minas Novas à comarca do Serro, que passou à vinculação jurídica de Minas Gerais permanecendo, entretanto, subordinada à Bahia nos planos administrativo, militar e eclesiástico. Com a criação da comarca de Jacobina, no sul da Bahia, Minas Novas ficou temporariamente sob sua jurisdição.
Gomes Freire de Andrade representou, então ao Governo Real contra o ato de transferência alegando, entre outras razões, a existência do garimpo clandestino de diamantes e os descaminhos deles e do ouro, já que o Intendente Geral, residindo no Tijuco, quase não tinha meios de reprimir os abusos. Suas decisões, para receberem o beneplácito do Governo da Bahia, tinham de percorrer duzentos léguas de distância, ao passo que as autoridades de Serro estavam a menos de quarenta léguas do local.
Acrescia, ainda, a circunstância de o distrito diamantino estar localizado, parte em território baiano e parte no mineiro. As justificativas do Governador, aliadas à conveniência de se alargar o âmbito de Minas Gerais, para os efeitos da derrama, concorreram para a Resolução Ultramarina, que mandou incorporar o território de Minas Novas à comarca do Serro e ao Governo da Capitania de Minas Gerais.
O período de prosperidade foi relativamente curto. À medida que se esgotavam as reservas auríferas e de pedras preciosas, operou-se um gradativo esvaziamento populacional. Os habitantes passaram a ocupar-se, então, da lavoura de subsistência e da criação de gado.
Dispondo de terras propícias à cultura do algodão, a antiga Vila do Fanado se converteu, em fins do Século XVIII e início do XIX, em centro de exportação de algodão em rama, de cobertores e de outras confecções de tecidos grossos. Entretanto não só o algodão era de boa qualidade. A seda que se produzia, longa e macia, era apreciada nos grandes mercados europeus, segundo afirma Saint-Hilarie, que visitou a Vila em 1817.
Tendo em vista o surto de progresso da região e as dificuldades administrativas daquele vasto interior, em 1856 foi proposta ao parlamento do Império a instituição da
província autônoma de Minas Novas, elevando-se a cidade à categoria de capital. A nova província abrangeria a comarca mineira de Jequitinhonha e as comarcas baianas de Porto Seguro e de Caravelas. Não chegou, entretanto, a ser instituída.
A construção da Estrada de Ferro Bahia-Minas Gerais, no final do Século XIX, trouxe uma nova alternativa de crescimento. Como o ramal Filadélfia-Minas Novas não foi executado, a região ficou na dependência das estações de Teófilo Otoni e de Diamantina (esta da Estrada de Ferro Central do Brasil) para escoar seus produtos agropecuários, entre os quais se destacavam os de origem bovina, o açúcar, o algodão, o toucinho e a aguardente.
Fonte: IBGE.

BENS RELACIONADOS:
Minas Novas – Igreja Nossa Senhora Rosário
Minas Novas – Imagem Nossa Senhora Rosário

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
IBGE
Prefeitura Municipal
Governo do Estado


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *