Ouro Branco – Casa Grande da Fazenda Timbaúba


Imagem: Nathalia Diniz

A Casa Grande da Fazenda Timbaúba, em Ouro Branco, foi tombada pela Fundação José Augusto por sua importância cultural para o Estado do Rio Grande do Norte.

Governo do Rio Grande do Norte
FJA – Fundação José Augusto
Nome Atribuído: Casa Grande da Fazenda Timbaúba
Outros Nomes: Fazenda Timbaúba dos Gorgônios
Localização: Ouro Branco-RN
Data de Tombamento: 24/10/1987

Descrição: A Fazenda Timbaúba dos Gorgônios, pela historiografia local e regional, é tida como um lugar onde habitaram escravos (DINIZ, 2008). O casarão foi tombado no Estado do Rio Grande do Norte, como Patrimônio Histórico Estadual em 1987 através da Fundação José Augusto. O tombamento conferiu maior respaldo historiográfico ao casarão.
Gorgônio Pais de Bulhões nascido em 1810 era filho de Cosme Pereira Costa e de Maria Pereira Costa. O seu pai era uma lendária figura do Seridó, proprietário antigo da Fazenda Umari (DINIZ, 2008). Gorgônio Pais foi nomeado Alferes da 2ª Companhia do Esquadrão de Cavalaria da Guarda Nacional em 1837, numa época em que as patentes da Guarda Nacional poderiam ser adquiridas por determinado valor: quanto mais graduada era a patente, mais dinheiro era necessário para comprá-la (LUCENA, 2015).
Fonte: Araújo, Macedo.

Descrição: O Casarão da Fazenda Timbaúba dos Gorgônios, município de Ouro Branco, em pleno Seridó, é um desses belos monumentos do século passado que ainda resiste à ação do tempo e da civilização. É uma construção de 1856, no estilo da época, “colonial rural do Seridó”, que ainda não foi bem estudado.
Já ouvi um versão, admitindo sua origem em Portugal, sendo transplantando para China (Macau), onde sofreu as influências locais, vindo depois para o Seridó. Esta, certamente, é uma hipótese a ser pesquisada.
De construção muito sólida (paredes largas) tem somente duas águas; uma cumeeira muito alta, atravessada no meio, com telhado longo que desce direto até os beirais. No Seridó paraibano, onde nascem os rios dessa região, o homem dali chama de “casa com telhado de arrasto” – informação colhida com Airton Wanderlei, fazendeiro da área de Patos-PB.
Seguindo um hábito seridoense, a casa foi construída com a frente para o nascente. São sete quartos em baixo, dois no sótão, duas salas na frente, um salão, sala de oratório, copa cozinha e despensa, latrina, cinco quartos externos, alpendre na frente, área murada nos fundos e uma casa de farinha anexa.
As duas salas da frente são interligadas entre si, com saídas independentes para o alpendre. Os aposentos, por questão de segurança, estão localizados no centro da casa, sem janelas para o exterior. O salão, embora localizado bem no interior da casa, tem acesso direto à sala da frente, através de um corredor lateral. A cozinha comunica-se com a sala de jantar, através da copa e da sala de oratório.
Na parte de trás existe uma área murada, onde estão localizados a cozinha do queijo e um quarto de depósito com um velho pilão. Mais adiante, a latrina, que se limita com o muro ultrapassado com um fosso do lado de fora. A murada tem pelo menos uma braça e meia de altura, com a parte de cima abaulada (igual aos muros da região do Minho, em Portugal), o que dificulta a entrada de intrusos.
Por aí, chega-se ao forno de assar bolos, localizado ao relento, assim como os chiqueiros das aves e dos porcos. Os dois quartos do sótão eram poucos usados e de preferência, pelas moças da casa. Funcionalmente falando, aquele casarão separa muito bem os homens e mulheres e chega-se a conclusão de que foi planejado visando a segurança delas e das crianças.
Aos homens, só o salão com os três quartos internos ligados a ele, a sala de frente e o alpendre. Os quartos externos, apesar de serem usados como depósito de selas e arreios, faziam as vezes de dormitórios. O restante da casa era domínio das mulheres.
O madeirame ainda está em perfeito estado de conservação; tudo em madeira de lei (miolo de aroeira). As portas de cedro, com grandes dobradiças e fechaduras de ferro batido, com chaves enormes.
Do mobiliário original, nada mais resta. Era uma mobília muito pobre e simples, contrastando com imponência da casa. Bancos coletivos, feitos de pranchas de pau d’arco; tamboretes de madeira-de-lei, com tampo de sola; mesa de cumaru; vários baús, forrados de couro, com taxas de cabeça arredondada, formando desenhos; armários para louça, sem nenhum acabamento especial. Guarda-roupas não eram usados, já que os baús funcionavam em seu lugar.
O casarão da Fazenda Timbaúba, hoje desativada, ainda está lá. Em seu frontispício, duas datas: 1856, ano da primeira fase da construção; 1862, ano da conclusão.

Texto: Pery Lamartine
Fonte: Instituto José Jorge Maciel.

Histórico do município: O povoado de Santo Antônio de Ouro Branco teve sua origem em fins do século XVII, provavelmente no ano de 1694, como conseqüência do processo de ocupação iniciado com as primeiras bandeiras que, subindo o Rio das Velhas à procura de ouro, desbravaram a região, assentando-se ao pé da Serra de Ouro Branco, também denominada, na época, Serra do Deus (te) Livre (tombada pelo IEPHA em 07/11/1978).
Os primitivos habitantes desta região foram os índios da tribo Carijós.
Os ex-integrantes da Bandeira chefiada por Borba Gato, Miguel Garcia de Almeida Cunha e Manuel Garcia, transpondo os altos da cachoeira de Itabira do Campo (atualmente Itabirito) descobre o ouro na falha radial da Serra, onde se encontram os mananciais dos Ribeirões da Cachoeira e Água Limpa. Tal descoberta não produz o rendimento esperado: Manuel e Miguel se desentendem e a bandeira se divide.
Manuel Garcia segue na direção Nordeste, indo dar com o rico córrego do Tripuí, descobrindo o “Ouro Preto”, cor produzida devido à presença do Óxido de Ferro em sua composição.
Miguel Garcia, por sua vez, desce o vale do chamado “Rio da Serra”, que corre para o Oeste, paralelamente à aguda escarpa da Serra de Deus Livre. Funda um povoado nessa região, após descobrir ouro de cor amarela, clara, produzida pelo mineral Paládio a ele associado, denominado “Ouro Branco” por simples contraste cromático aparente com o “Ouro Preto” do Tripuí.
Ouro Branco foi uma das mais antigas freguesias de Minas, tornada colativa pelo alvará de 16 de fevereiro de 1724, expedido pela Rainha Maria I, durante o governo de Lourenço de Almeida. Nesse período Ouro Branco já possuía considerável importância econômica pela prosperidade de sua população.
O ouro extraído em Ouro Branco era desprezível em relação à extração praticada em Ouro Preto. Por essa época, a má qualidade das jazidas auríferas e as dificuldades de exploração, advindas do primitivo processo utilizado, fazem atividade mineradora retroceder.
Fonte: Divisão de Cultura
Texto: Elizabeti Márcia Felix R.Oliveira
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:
Araújo; Macedo
Nathália Diniz


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