Porto Velho – Capela de Santo Antônio de Pádua


Imagem: Governo do Estado

A Porto Velho – Capela de Santo Antônio de Pádua, em Porto Velho-RO, foi tombada por sua importância cultural para o Estado.

Governo do Estado de Rondônia
SECULT – Secretaria de Estado da Cultura

Nome atribuído: Capela de Santo Antônio de Pádua
Localização: Porto Velho-RO
Decreto de Tombamento: Decreto nº 3125, de 03/12/1986

Prefeitura Municipal de Porto Velho
Nome atribuído: Capela de Santo Antônio de Pádua
Localização: Porto Velho-RO
Decreto de Tombamento: Decreto de Tombamento nº 3.125 de 1986

Descrição: A capela é uma das raras heranças do antigo município de Santo Antônio do Rio Madeira, que pertencia ao Mato Grosso, criado em 1908, extinto e anexado a Porto Velho em 1944, quando foi instalado o Território Federal do Guaporé. O início da construção da capela remonta ao ano 1910, realizada com doações de devotos e de diretores da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para aquisição do terreno e para erguer o templo. A inauguração oficial se deu em setembro de 1914. Com a extinção do município de Santo Antônio, que chegou a ter três mil habitantes, a população foi se mudando para Porto Velho e o local foi ficando deserto, tendo o teto da capela desabado. Foi feita uma campanha para a reconstrução do prédio, que guardou algumas das características originais. A igreja (normalmente) fica aberta diariamente para visitação, com missas celebradas aos domingos às 10 horas. Possui uma festa anual, dia 13 de junho, com uma semana de atividades, que culminam com o arraial no dia de Santo Antônio.
Fonte: Governo do Estado.

Histórico do município: Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da E.F. Madeira- Mamoré. Fica nas barrancas da margem direita do rio Madeira, o maior afluente da margem direita do rio Amazonas.
Desde meados do sec. XIX, nos primeiros movimentos para construir uma ferrovia que possibilitasse superar o trecho encachoeirado do rio Madeira (cerca de 380km) e dar vazão à borracha produzida na Bolívia e na região de Guajará Mirim, a localidade escolhida para construção do porto onde o caucho seria transbordado para os navios seguindo então para a Europa e os EUA, foi Santo Antônio do Madeira, província de Mato Grosso.

As dificuldades de construção e operação de um porto fluvial, em frente aos rochedos da cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que construtores e armadores utilizassem o pequeno porto amazônico localizado 7km abaixo, em local muito mais favorável.
Em 15/01/1873, o Imperador Pedro II assinou o Decreto-lei n.º 5.024, autorizando navios mercantes de todas as nações subirem o Rio Madeira. Em decorrência, foram construídas modernas facilidades de atracação em Santo Antônio, que passou a ser denominado Porto Novo.

O porto velho dos militares continuou a ser usado por sua maior segurança, apesar das dificuldades operacionais e da distância até S. Antônio, ponto inicial da EFMM.
Percival Farquar, proprietário da empresa que afinal conseguiu concluir a ferrovia em 1912, desde 1907 usava o velho porto para descarregar materiais para a obra e, quando decidiu que o ponto inicial da ferrovia seria aquele (já na província do Amazonas), tornou-se o verdadeiro fundador da cidade que, quando foi afinal oficializada pela Assembléia do Amazonas, recebeu o nome Porto Velho.

Após a conclusão da obra da EFMM em 1912 e a retirada dos operários, a população local era de cerca de 1.000 almas. Então, o maior de todos os bairros era onde moravam os barbadianos – Barbadoes Town – construído em área de concessão da ferrovia. As moradias abrigavam principalmente trabalhadores negros oriundos das Ilhas Britânicas do Caribe, genericamente denominados barbadianos. Ali residiam pois vieram com suas famílias, e nas residências construídas pela ferrovia para os trabalhadores só podiam morar solteiros.

Era privilégio dos dirigentes morar com as famílias. Com o tempo passou a abrigar moradores das mais de duas dezenas de nacionalidades de trabalhadores que para cá acorreram. Essas frágeis e quase insalubres aglomerações, associadas às construções da Madeira-Mamoré foram a origem da cidade de Porto Velho, criada em 02 de outubro de 1914.
Muitos operários, migrantes e imigrantes moravam em bairros de casas de madeira e palha, construídas fora da área de concessão da ferrovia.

Assim, Porto Velho nasceu das instalações portuárias, ferroviárias e residenciais da Madeira-Mamoré Railway. A área não industrial das obras tinha uma concepção urbana bem estruturada, onde moravam os funcionários mais qualificados da empresa, onde estavam os armazéns de produtos diversos, etc. De modo que, nos primórdios haviam como duas cidades: a área de concessão da ferrovia e a área pública. Duas pequenas povoações, com aspectos muito distintos. Eram separadas por uma linha fronteiriça denominada Avenida Divisória, a atual Avenida Presidente Dutra. Na área da railway predominavam os idiomas inglês e espanhol, usados inclusive nas ordens de serviço, avisos e correspondência da Companhia.

Apenas nos atos oficiais, e pelos brasileiros era usada a lingua portuguesa. Cada uma dessas povoações tinham comércio, segurança e, quase, leis próprias. Com vantagens para os ferroviários, face a realidade econômica das duas comunidades. Até mesmo uma espécie de força de segurança operava na área de concessão da empresa, independente da força policial do estado do Amazonas.
Fonte: IBGE.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Ana Cristina Lima Barreiros da Silva


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