Salinópolis – Faixa Litorânea da Praia do Maçarico


Imagem: Google Street View

A Faixa Litorânea da Praia do Maçarico, em Salinópolis, foi tombada pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará.

Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Faixa Litorânea da Praia do Maçarico
Localização: Praia do Maçarico – Salinópolis-PA – Salinópolis-PA
Data de Tombamento: 12/08/1994

Descrição: Salinópolis possui aproximadamente 54 km de litoral. Possui características de natureza física que se assemelham ao contexto regional, mas que são singulares quando comparadas ao restante da Zona Costeira Brasileira. A região costeira apresenta clima quente e úmido e o total médio de precipitação é um dos maiores do mundo, atingindo valores de 3.300 mm anuais. O principal sistema meteorológico que causa as chuvas na Região é a Zona de Convergência Intertropical. […]

Extensão (km): 5.186,19
Área total (m2): 1952502,56
Área da faixa emersa (m2): 713.972,461
Tipo de Orla: Exposta e Não Urbanizada

Unidades morfológicas: Predominância de praia arenosa limitada por manguezais e dunas vegetadas
Altura média das ondas (m): 0,6

O Setor de praias do Maçarico/Corvina tem demonstrado progradação. O mesmo ocorre com o  setor de Falésia Oeste, que em sua base evidenciase a deposição lamosa, acompanhada da colonização de vegetação de mangue. Em algumas partes do Setor de Falésia Leste também se observa o mesmo processo. O pacote arenoso aumentou nas quatro principais praias: Maçarico, Corvina, Farol Velho e Atalaia.
No entanto, o aumento de um metro do NMM projetado para a região, configura a retrogradação costeira, provocando erosão, alagamentos (Figura 12). A nova linha de costa projetada demonstra um cenário de retrogradação.
Neste, o processo erosivo dominará a Orla e afetará as principais unidades de paisagem: praias, dunas, mangues e falésias. Os impactos da inundação também alcançarão as estruturas humanas sobre a costa. A maior parte da Orla costeira municipal é ocupada por residências e estruturas turísticas, tais como restaurantes, pousadas e hotéis. As populações mais vulneráveis, que ocupam áreas de baixa topografia também serão impactadas.

Todos os setores de parias mostram expressivo ganho sedimentar para o período de 31 anos. Nas praias do Maçarico e Corvina esse ganho permitiu a formação de dunas no limite da póspraia, como também deposição em áreas próximas ao Setor de Falésia Leste. Nas praias do Farol Velho e Atalaia, a deposição e estabilidade arenosa, principalmente a partir da década de 1980, foram acompanhadas pelo processo de urbanização. No Farol Velho, atualmente, quase toda a Orla emersa é ocupada para moradias de segunda residência. Outro setor que apresentou ganho sedimentar foi o de Manguezal II. Os setores de Falésia Oeste e Manguezal I apresentaram perda sedimentar.
Fonte: Braga, Pimentel.

Histórico do município: Antes da separação do Maranhão e do Pará, em 1774, Salinas pertencia a Capitânia do Caeté, criada pelo Decreto Lei de 25 de fevereiro de 1652. Esta Capitânia começava no rio Gurupi e se estendia 50 léguas de costa até o Guamá. (Relatório do Ouvidor do Maranhão bacharel João Antônio da Cruz Diniz, em 1751)

Dois elementos contribuíram na fundação da cidade: A fabrica de sal e a praticagem na Ilha do Atalaia.
Em 1645 os jesuítas ensaiaram um princípio de localização, mas o fundador oficial da povoação foi André Vidal de Negreiro, que em 1656 reuniu alguns práticos e suas famílias em um pequeno povoado, localizado na Ilha do Atalaia no alto de um barranco de uns 20 metros de altura, de onde sinalizavam para as embarcações da proximidade dos recifes.

Segunda denominação do município, dada durante o governo do Capitão Geral do Maranhão André Vidal de Negreiro que administrava o Pará em 1655. Durante seu governo, foi enviado a este município o Capitão-Mor do Pará Feliciano Corrêa, com a função de colocar canhões, cujos disparos sinalização as embarcações que navegavam pela costa da proximidade dos recifes (na época eram usadas fogueiras para este fim, mas o então Capital Geral as julgou pouco eficientes e mandou substituí-las). O local escolhido para ser colocado a canhão foi uma ilha, que era a ponta mais saliente da costa, hoje Ilha do Atalaia, nome dado justamente por ter sido escolhida como local para se “vigiar” esta aproximação, evitando que ocorressem acidentes (Atalaia, s. Vigia; sentinela). Como os práticos que executavam este trabalho eram destacados a tal função deu-se origem ao nome Destacado.

Os primeiros a exercerem a função de práticos neste município foram os índios, guiando as embarcações que faziam a rota Salinas/Belém e Salinas/São Luis. Eram profundos conhecedores dos rios, furos e enseadas desta região. Com a chegada dos portugueses foram promovidos a função de pilotos.
Denominação dada ao município devido a existência de uma pequena salina, fábrica de extração de sal da água do mar, durante o período colonial. Administrada pelos jesuítas que utilizavam principalmente a mão-de-obra indígena. O sal era muito usado para conservação do peixe com os quais se abasteciam durante a piracema.
Este nome foi consolidado pelo Capitão General José de Nápoles Teles de Menezes em 1781, que elevou Salinas a categoria de Freguesia, sob o padroado de Nossa Senhora do Socorro de Salinas. Esta freguesia tendia ao desaparecimento não fosse o empenho do prático Francisco Gonçalves Ribeiro, que com muita luta e enfrentando grandes dificuldades, que já não aguentando fazer nada sozinho foi a presença do então Governador Francisco de Souza Coutinho em 1793, pedir auxilio para a construção de uma igreja. Solicitação esta que foi aceita pelo Governador e em dois anos as obras da paróquia estavam concluídas. O mesmo Francisco Ribeiro dotou a Igreja de alfaias e conseguiu a vinda do Bispo D. Manoel de Almeida Carvalho para dar a bênção a Igreja.

Em 1920, foi criado um projeto para mudar o nome deste município. O nome para com o qual seria rebatizado era Atlândida, mas o mesmo não correspondia à industria salineira que no passado deu o nome de Salinas ao mesmo. Pela falta de insistência, falta de decreto e o desinteresse do povo a mudança em jogo, em 1930 foi extinto o município e seu território foi anexado ao município de Maracanã, até junho de 1933 quando foi restabelecido.
Como “Salinas” era o nome dado à indústria de extração de sal e esta prática não era comum apenas ao nosso município, existiam várias Salinas no Estado. Em 30 de Dezembro de 1937, o Decreto Estadual n.º 4.505, mudou novamente o nome do município para “Salinópolis”, usado até hoje.
Em 1966, através da Lei n.º 3.798 da Assembleia Legislativa do Estado e sancionada pelo então Governador Coronel Alacid da Silva Nunes, a cidade foi transformada em Estância Hidromineral de Salinópolis. A instalação oficial ocorreu em 11 de fevereiro de 1967.
Quando na qualidade de Estância, os prefeitos eram nomeados pelo Governador, sendo que o primeiro Prefeito nomeado foi Luiz de Souza Bentes.
Fonte: Prefeitura Municipal.

CONJUNTO:
Salinópolis – Faixa Litorânea da Praia do Maçarico
Salinópolis – Faixa Litorânea da Praia do Atalaia

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Braga, Pimentel


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