São Gotardo – Igreja Matriz de São Sebastião


Imagem: Rafael Pessoa Londe

A Igreja Matriz de São Sebastião foi tombada pela Prefeitura Municipal de São Gotardo-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de São Gotardo-MG
Nome atribuído: Igreja Matriz de São Sebastião de São Gotardo
Localização: Praça São Sebastião – São Gotardo-MG

Descrição: A praça São Sebastião está localizada no centro da cidade de São Gotardo (MG). Ela é considerada o sítio inicial do tecido urbano da cidade e elemento paisagístico de maior importância em sua história urbana. Ao longo do tempo o espaço onde hoje se encontra a praça passou por diversas transformações arquitetônicas e paisagísticas decorridas das transformações sociais e do crescimento econômico, no entanto a praça manteve sua importância dentro do imaginário da população local. Para compreender as dinâmicas dessa praça, este capítulo se propõe compreender sua história de ocupação, os usos nela estabelecidos pela comunidade local, problemáticas atuais e diretrizes para uma intervenção projetual consciente.

A praça São Sebastião é dividida em duas partes com um vazio de posse particular asfaltado no meio onde se localizava a antiga rodoviária da cidade, demolida nos anos 1990. Ela possui um traçado regular, com as duas partes separadas com desenhos distintos e tem como inspiração, como anteriormente explicitado, os desenhos geometrizados do ecletismo francês e clássico frutos de uma reprodução, muitas vezes inconsciente de modelos populares de praças por todo o país.

Não há muitos registros históricos sobre o processo de ocupação da região onde se localiza a praça hoje. É sabido que a praça e suas imediações fora uma fazenda de posse de Joaquim Gotardo de Lima, localização exata essa que se perdeu com o tempo.

Quando a primeira igreja foi fundada, em homenagem a São Sebastião, a fazenda já tinha se tornado um arraial e os arredores já possuíam diversas residências, que possuía um pequeno cemitério e formava um grande adro com duas palmeiras plantadas por Frei Paulino. É com isso, que este capítulo tenta construir uma linha de evolução histórica de ocupação da Praça São Sebastião até os dias atuais.

Na primeira imagem é possível verificar a atual rua Bento Ferreira dos Santos por volta da década de 1920. Esta foto é uma das únicas que é possível registrar a localização exata da antiga igreja na praça São Sebastião. Ela ocupava grande parte do que hoje é parte da praça mais próxima à E. E. Afonso Pena, e não onde se localizava a antiga rodoviária. Já na segunda foto é possível verificar as duas palmeiras plantadas por Frei Paulino, figura importante da religiosidade local, que foram perdidas em uma tempestade de raios. Nessa imagem é possível verificar também a pequena torre sineira na lateral esquerda da igreja (lateral direita da imagem) e a casa de Câmara e Cadeia no fundo na lateral esquerda da imagem, edifício este que foi demolido e onde se encontra o atual fórum. Não há registros de quem sejam estes cavalheiros na imagem.

A antiga igreja nesse período é demolida, mais precisamente em 1943, e a partir dessa demolição é possível verificar os primeiros desenhos para a praça São Sebastião com passeios em desenho radiais e com a vegetação ainda inexistente. Percebe-se também que os únicos mobiliários são os postes de iluminação e o calçamento ainda é o de concreto vassourado. As palmeiras plantadas por Frei Paulino, ainda presentes na segunda fotografia, serão atingidas por raios já na década de 1960, e com isso, são retiradas.

Percebe-se alguns elementos arquitetônicos da rodoviária ligados ao movimento Art decô, bastante comum no Brasil durante este período histórico.
Fonte: Rafael Pessoa Londe.

Descrição: Em 1864 começou a ser construída, com a ajuda do povo, a primeira igreja-matriz, no local onde fora erigida a primeira capela.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Nos primórdios do século XIX, Antônio Valadares e Domingos Pereira Caldas, saindo da região de Pitangui em busca de terras de cultura, fixaram-se às bordas da Mata da Corda. O primeiro estabeleceu-se próximo ao atual “Córrego Confusão” e o segundo aposseou-se de terras a quatro léguas de distância do primeiro, no lugar hoje denominado “Campos Domingos Pereira”

Em 1836, proveniente do Arraial de Carrancas, Joaquim Gotardo de Lima e Leonel Pires Camargos, vêm residir no local em que hoje se acha a cidade de São Gotardo, em terrenos de Antônio Valadares. Joaquim Gotardo, adquirindo prestígio ali era, em 1º de agosto de 1837, nomeado Inspetor Interino de Quarteirão. O núcleo populacional cresceu em torno da propriedade de Gotardo e passou a chamar-se “Arraial da Confusão”. Até 1852, chegaram ao Arraial da Confusão, estabelecendo-se nele ou nos arredores, as seguintes pessoas, e quase todas se tornaram no local, tronco de famílias que viriam a desempenhar importante papel no crescimento e desenvolvimento da nova comunidade: José Lopes Ribeiro, Gabriel e Francisco Rodrigues Ribeiro, José Manoel Fonte Boa, Padres João Paulino e Antônio Estevam, uns provenientes de Cajuru, outros vindos de Santo Antônio da Pedra; Gabriel Resende, de Lagoa Dourada; Bernardo Ladeira, de Formiga e Francisco Cunha.

Em um artigo sobre a cidade e o município de São Gotardo, de autoria do Padre José Batista dos Santos, publicado no Semanário “A Luz”, da cidade de Luz, vê-se o nome de “São Sebastião do Pouso Alegre da Confusão”, havendo diante da explicação da origem dos dois nomes. a possibilidade de ter o lugar recebido, ao mesmo tempo, os nomes de “Confusão” e “São Sebastião do Pouso Alegre”.

O território pertenceu primitivamente, ao bispado de Pernambuco. Por volta de 1855, passou ao bispado de Mariana, dando-se, nessa ocasião, o falecimento do Padre João Paulino, ocupando o seu lugar o Padre João Gonçalves de Freitas, que se tornou o primeiro vigário do Povoado.

A povoação que até 1862 pertencia à paróquia de Santo Antônio dos Tiros, foi neste mesmo ano, por Dom Antônio Ferreira Viçoso, elevada à categoria de Paróquia de São Sebastião. Em 1864 começou a ser construída, com a ajuda do povo, a primeira igreja-matriz, no local onde fora erigida a primeira capela. Em 19 de julho de 1872 foi criada a freguesia, sendo, neste mesmo ano, substituído o antigo vigário, padre João Gonçalves de Freitas, por Padre Antônio Teixeira do Carmo.

Em 1873 foi construído o primeiro cemitério do município, no local onde se ergue a atual matriz, que é a segunda.

A vila de São Sebastião do Pouso Alegre teve seu topônimo mudado em 27 de agosto de 1885, para vila de São Gotardo, em memória de Joaquim Gotardo de Lima, considerado o fundador da cidade que, ao que parece, não viveu no lugar pelo resto de sua vida. Não se tem notícia de terem ficado, no município descendentes dele. Tendo pertencido inicialmente ao município de Pitangui, a vila passou deste o município de São Francisco das Chagas do Campo Grande, e depois para o de Abaeté, sendo novamente transferido, em 11 de novembro de 1890, para o município de Carmo do Paranaíba.

Em 1911, com a criação do município de Rio Paranaíba a vila de São Gotardo passou a jurisdição da nova comuna. Em 18 de setembro de 1914, a sede do município de Rio Paranaíba, que ficava na povoação de São Francisco das Chagas do Campo Grande, passando o município a ter este topônimo. A vila de São Gotardo passou a ter foros de cidade em 10 de setembro de 1925.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Rafael Pessoa Londe


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